O salão já estava em ebulição. O burburinho dos convidados, o brilho das joias, os olhares que se cruzavam como lâminas escondidas atrás de máscaras de cortesia. Eu, no entanto, estava em silêncio por fora. Por dentro, já havia tomado minha decisão.
Era a hora.
Nathaniel havia me acuado, me desejado e me acusado na mesma medida. Sempre tentando ditar as regras do jogo, como se eu fosse apenas uma peça perdida no tabuleiro dele.
Mas hoje… hoje eu seria a mão que virava a mesa. Se ele estava irredutível, convicto de que eu havia mandado sumir com as peças do cofre, então agora teria, de fato, algo concreto para me acusar.
Me aproximei de Sophie, que se mantinha discreta em meio aos convidados, sempre alerta, como se pudesse prever os próximos movimentos. Inclinei-me sutilmente, sem tirar o sorriso dos lábios.
— Está na hora. — murmurei.
Ela não hesitou. Sabia exatamente o que eu queria dizer. Em poucos minutos, um documento com informações sigilosas sobre contratos da Walker começaria