Mundo ficciónIniciar sesiónLila Williams passou vinte e dois anos sendo a filha perfeita do chefe de polícia, mantendo-se longe do perigo que seu pai enfrenta todos os dias. Mas quando Rhett "Viper" Lawson, o letal vice-presidente do MC Iron Serpents, a salva do ataque de uma gangue rival, seus mundos colidem com uma química explosiva. Ele é tudo o que ela foi ensinada a temer. Ela é tudo o que ele jurou evitar. No entanto, o desejo não segue regras, e nem os corações determinados a reivindicar o que querem. Enquanto as tensões entre o MC e a polícia chegam a um ponto crítico, Lila e Viper precisam decidir se seu amor vale a guerra que irá desencadear. Algumas linhas não devem ser cruzadas, mas alguns amores valem a pena queimar o mundo inteiro.
Leer másO primeiro soco veio do nada.
A cabeça de Lila bateu contra a parede de tijolos, estrelas explodindo em sua visão enquanto a dor florescia quente em seu zigoma. Ela sentiu gosto de cobre e medo. Através dos olhos embaçados, viu a mulher com o lábio cicatrizado se preparar para outro golpe.
"Achou que podia simplesmente andar pelo nosso território como se fosse dona?" Lábio-Cicatrizado rosnou, agarrando o cabelo de Lila. "O distintivo do papai não significa merda nenhuma neste lado da cidade, princesinha."
Lila tentou gritar, mas uma mão tampou sua boca. Três mulheres a cercavam no beco atrás do Ruby's Diner, todas vestindo coletes de couro com patches que ela não reconhecia. Ela só queria um café. Só queria uma hora longe da atenção sufocante de Marcus e das regras intermináveis de seu pai. Maya tinha falado sobre esse restaurante onde o café era forte e ninguém fazia perguntas, mas não mencionou que ficava em território dos Iron Serpents.
"Devemos cortá-la?" outra mulher perguntou, puxando uma faca de sua bota. "Mandar uma mensagem ao Chefe Williams sobre respeitar limites?"
A lâmina captou a luz da rua, e o instinto de sobrevivência de Lila finalmente entrou em ação. Ela levantou o joelho com força, conectou com algo macio e ouviu um grunhido satisfatório. A mão saiu de sua boca e ela gritou.
"Chega."
A única palavra cortou o caos como uma lâmina através de seda. Todas as três mulheres congelaram, e os olhos de Lila rastrearam até a entrada do beco onde um homem estava em pé, iluminado por trás pela placa de neon do restaurante. Alto. Largo. Perigoso. Ele avançou com graça predatória, e a luz revelou um rosto esculpido em violência e beleza sombria—mandíbula afiada, olhos cinza-aço e uma cicatriz atravessando sua sobrancelha esquerda.
"Viper," Lábio-Cicatrizado disse, soltando o cabelo de Lila. "Nós estávamos apenas—"
"Espancando alguém da metade do tamanho de vocês em três contra uma?" Sua voz era uísque áspero e fumaça. "Muito honroso, porra, Cage."
"Ela é filha do Williams," Cage protestou. "Andando por aqui como se pudesse—"
"Eu não dou a mínima de quem ela é filha." Os olhos de Viper não tinham saído do rosto de Lila, e a intensidade neles fez sua respiração falhar apesar do sangue em sua boca. "Nós não espancamos civis. Especialmente mulheres que não podem revidar. Vocês conhecem as regras."
As três mulheres trocaram olhares, mas recuaram, desaparecendo nas sombras como as predadoras que eram. Viper as observou ir embora antes de virar sua total atenção para Lila, que ainda estava pressionada contra a parede, tremendo.
"Você está muito machucada?" ele perguntou, e a gentileza em seu tom a pegou desprevenida.
"Estou bem." Sua voz saiu mais firme do que ela se sentia. Ela limpou o sangue do lábio partido com as costas da mão, tentando parecer mais corajosa do que a garota apavorada que estava gritando segundos atrás.
"Você está sangrando." Ele puxou um lenço surpreendentemente limpo de seu bolso e o estendeu. Quando ela não o pegou imediatamente, ele se aproximou. "Eu não vou te machucar."
"Você é um deles." Ela olhou para o patch de serpente em seu colete de couro. "Iron Serpents. Meu pai diz que vocês são todos criminosos."
Algo sombrio e divertido cintilou em seu rosto. "Seu pai fala muita merda. A maior parte está errada." Ele pressionou o lenço em seu lábio sangrando antes que ela pudesse protestar, seu toque inesperadamente gentil. "Que porra você está fazendo neste lado da cidade de qualquer forma? Garotinhas ricas do lado norte geralmente não vagam por território de motociclistas."
"Eu não sou uma garotinha rica." As palavras saíram mais afiadas do que o pretendido, e ela viu sua sobrancelha se arquear. "E eu posso ir onde eu quiser. Pelo que sei, você não é dono das ruas públicas."
"Corajosa e estúpida. Combinação perigosa." Mas havia aprovação em seus olhos agora, interesse que fez seu pulso acelerar por razões que não tinham nada a ver com medo. "Você tem um nome, ou devo continuar te chamando de filha do Williams?"
"Lila." Ela segurou seu olhar, recusando-se a desviar o olhar mesmo que tudo sobre ele gritasse perigo. "E você é Viper."
"Rhett," ele corrigiu. "Viper é apenas como me chamam."
"Porque você é venenoso?"
A risada dele foi inesperada, áspera e genuína. "Porque eu ataco rápido quando alguém ameaça minha família." Ele estudou seu rosto com uma intensidade que fez sua pele esquentar. "Você sempre é tão atrevida com homens que acabaram de salvar sua bunda?"
"Você sempre é tão arrogante com mulheres que acabou de conhecer?"
O ar entre eles crepitou com algo elétrico e proibido. Lila sabia que deveria agradecê-lo e ir embora, correr de volta para sua vida segura e esquecer que isso aconteceu. Mas ela não conseguia desviar o olhar daqueles olhos cinza-aço que viam demais.
"Você não deveria voltar aqui," Rhett disse finalmente, sua voz mais baixa agora. "Aquelas mulheres não tentarão de novo, mas há coisas piores neste bairro do que Cage e sua gangue. Seu pai fez muitos inimigos."
"Meu pai faz inimigos em todo lugar." A amargura em sua voz surpreendeu os dois. "Isso é meio que a especialidade dele."
A expressão de Rhett mudou, curiosidade substituindo o aviso. "Problemas no paraíso?"
"Isso não é da sua conta."
"Justo." Ele recuou, mas não foi embora. "Deixe-me te levar até seu carro pelo menos. Não gostaria que o papai pensasse que não conseguimos manter civis seguros em nosso território."
Lila deveria recusar. Deveria dizer a esse estranho perigoso e magnético que não precisava de sua proteção. Mas sua bochecha latejava, seu lábio ainda estava sangrando, e algo sobre Rhett Lawson a fazia querer saber mais mesmo enquanto todos os instintos gritavam que ela deveria correr.
"Meu carro está a dois quarteirões daqui," ela se ouviu dizer.
"Então vamos andar." Ele gesticulou para ela liderar. "E Lila? Da próxima vez que você quiser irritar seu velho passeando em território de motociclistas, talvez traga reforços. Ou melhor ainda—" seus olhos se fixaram nos dela com um calor que roubou sua respiração, "—me ligue primeiro."
Ele entregou a ela um cartão com apenas um número de telefone, sem nome. Seus dedos se tocaram e eletricidade atravessou seu corpo.
Tudo estava prestes a mudar, e ambos sabiam disso.
Três da manhã. Eu acordei de um pesadelo—Daniel sendo torturado, Sarah rindo, sangue em toda parte—para encontrar o lado da cama de Viper vazio."Rhett?" Eu me levantei, meu coração acelerando.Ele estava na sala, sua cadeira de rodas posicionada na frente da janela, olhando para a cidade adormecida. Ele não se virou quando entrei."Não conseguia dormir," ele disse, sua voz plana."Há quanto tempo você está aqui?""Duas horas. Talvez três." Ele finalmente olhou para mim, e o que vi em seus olhos me assustou—algo escuro, algo quebrado. "Você sabe o que continua passando pela minha cabeça?""O quê?""Que cada vez que você me olha, você vê isto. Esta cadeira. Esta fraqueza." Sua mandíbula apertou. "Que eventualmente você vai perceber que merece mais do que um aleijado que nem consegue subir escadas sem ajuda.""Para com isso—""Não posso te dar filhos, Lila." As palavras saíram brutais, cruas. "O médico confirmou ontem. O dano na coluna—afetou tudo abaixo da cintura. Tudo. Então se você
Duas semanas depois, eu estava em pé na porta do que costumava ser o apartamento de Viper—nosso apartamento agora—observando trabalhadores instalarem barras de apoio no banheiro e rampas em cada degrau."Você não precisava fazer tudo isto," Viper disse de sua cadeira de rodas atrás de mim. Ele tinha recebido alta do hospital três dias atrás, mas o ajuste à vida permanente numa cadeira estava sendo mais difícil do que qualquer um admitia."Eu quis fazer." Eu me virei para encará-lo. "Este é nosso lar. Precisa funcionar para ambos.""Lila—""Não." Eu me ajoelhei na frente dele, minhas mãos nos seus joelhos. "Vamos estabelecer isto agora. Você não é um fardo. Você não é quebrado. Você é meu marido, e vamos descobrir esta nova vida juntos. Entendido?"Ele estudou meu rosto por um longo momento, então acenou. "Entendido.""Bom. Agora, Reaper está vindo às duas para instalar aquela maldita televisão gigante que você pediu, Jax quer discutir negócios do clube às três, e Thomas está trazendo
Tiros explodiram de todas as direções. Eu rolei atrás de um contêiner enferrujado, minhas mãos buscando minha arma enquanto balas ricocheteavam ao meu redor."Lila!" A voz de Viper cortou o caos. Ele estava ali—fora da cadeira de rodas, apoiado pesadamente em Jax, mas de pé, arma em mão."Você não pode estar de pé!" eu gritei."Diga aos meus joelhos!" Ele disparou três vezes, derrubou um dos homens de Vincent. "Reaper! Onde está Reaper?""Ainda amarrado!" Eu podia ver através da fumaça—Reaper lutando contra suas amarras enquanto Diesel usava-o como escudo humano."Solte-o!" Thomas surgiu com uma dúzia de policiais, todos de colete à prova de balas, todas as armas levantadas. "Vincent Cardoza, você está sob prisão por—"Vincent abriu fogo. Policiais mergulharam para cobertura."Idiota," Vincent rugiu para mim através da doca. "Você destruiu tudo! Anos de trabalho! Bilhões em operações! Por quê?""Porque meu pai—meu pai verdadeiro—morreu tentando parar vocês!" Eu saí da cobertura, minha
Eu tinha seis horas até a meia-noite. Seis horas para pegar os documentos de Sarah, copiá-los, vazá-los para cada grande agência de notícias que eu pudesse encontrar, e ainda assim aparecer nas docas com os originais.Seis horas para salvar Reaper e destruir o império de Vincent Cardoza simultaneamente.Sem pressão."Precisamos de alguém que conhece mídia," eu disse enquanto Jax dirigia em direção ao banco, metade do clube nos flanqueando como uma escolta armada. "Alguém que pode fazer isto viralizar rápido.""Conheço alguém." Thomas estava no banco de trás, seu telefone já fora. "Jornalista investigativa. Claire Mitchell. Ela tem tentado derrubar a família Cardoza por anos. Isto seria o Natal dela.""Liga para ela. Diga que tem a maior história da carreira dela esperando." Eu olhei para Viper ao meu lado, sua cadeira de rodas presa no veículo adaptado que o clube tinha conseguido. "Você tem certeza sobre isto? Uma vez que vazarmos, não há volta.""Bom. Não quero volta." Seus olhos er
Três dias depois do casamento de hospital, eu estava sentada na sala de espera enquanto Viper passava por mais uma bateria de testes quando um envelope foi entregue para mim.Sem remetente. Sem carimbo postal. Apenas meu nome escrito em caligrafia que fez meu sangue gelar.Eu conhecia aquela letra.Era de Sarah.Com mãos tremendo, abri o envelope. Dentro havia uma única folha de papel e uma chave pequena.*Querida Lila,**Se você está lendo isto, estou morta. Bom. Significa que finalmente paguei por tudo que fiz.**Mas antes de morrer, preciso que saiba a verdade. Não a verdade que Morrison contou. Não a verdade que Jax acredita. A verdade real.**Você não é filha de nenhum deles.**Seu pai era Daniel Raines. Meu irmão. O homem que amei mais que qualquer outra pessoa neste mundo. E sim, eu o matei. Mas não pelas razões que pensam.**Daniel descobriu que eu estava grávida. Descobriu que o bebê era dele. E ele queria me fazer parar—queria me tirar da vida criminosa, queria "salvar" mim
Eu não dormi. Não conseguia. Cada vez que meus olhos se fechavam, via Viper caindo, via o sangue, via aquele monitor de coração ficando plano.Então eu fiquei acordada, segurando sua mão, observando o sol rastejar lentamente através da janela da UTI enquanto a noite mais longa da minha vida finalmente terminava.Às seis da manhã, seus olhos se abriram."Rhett." Eu me inclinei para frente, meu coração acelerando. "Você pode me ouvir?"Seus lábios se mexeram. O tubo respirador o impedia de falar, mas seus olhos—aqueles olhos azuis que me fizeram cair primeiro—focalizaram no meu rosto.E ele apertou minha mão."Você sobreviveu," eu sussurrei, lágrimas correndo. "Você realmente sobreviveu."Um médico entrou para verificações de rotina e parou quando viu Viper acordado. "Sr. Novak. Bem-vindo de volta. Vou chamar o cirurgião, ver se podemos tirar este tubo."Vinte minutos depois, o tubo respirador estava saindo. Viper tossiu, engasgou, finalmente respirou sozinho."Água," ele conseguiu dize










Último capítulo