Eu ainda estava ofegante quando empurrei a porta dos fundos. A manhã em Illinois tinha aquele cheiro gelado de grama úmida e vento limpo — o tipo de cheiro que, por semanas, me fez acreditar que aqui eu estava a salvo.
Joguei minhas chaves na mesinha da lavanderia, puxei o elástico do cabelo… e congelei.
Vozes.
Duas.
Uma da minha mãe.
E uma masculina.
Meu pai não estava em casa, ele havia saído cedo.
Meu coração acelerou antes mesmo de eu entender por quê.
Caminhei pelo corredor, tentando me preparar para o que encontraria. E então virei a esquina da cozinha.
Liam.
Sentado à mesa da minha mãe, com uma caneca de café nas mãos. Como se fosse normal estar ali. Como se tudo em Nova Iorque, todas as preocupações e segredos, tivessem sido deixados para trás, e ele simplesmente tivesse aparecido.
Minha mãe, surpresa com minha chegada, sorriu.
— Sophie! — disse. — Amor, olha quem está aqui! Um amigo seu de Nova Iorque.
Amigo.
Meu estômago deu um nó.
Ele se levantou devagar, ma