Esperei que Nathaniel adormecesse para me levantar da cama. O quarto estava mergulhado em silêncio, exceto pelo ritmo lento da respiração dele. Por um instante, fiquei apenas observando-o, tão vulnerável ali, entregue ao sono, como se o mundo inteiro não pesasse sobre seus ombros.
Vesti o robe de seda e saí do quarto devagar, os pés nus contra o frio do piso de mármore. Meu corpo ainda ardia com a lembrança de cada toque, cada beijo, cada promessa que ele havia sussurrado como se fossem verdades absolutas.
Mas minha mente… minha mente não dormia.
Cada palavra dele, cada jura de amor, se misturava com memórias que jamais se apagariam: as noites em que me ignorou, as traições disfarçadas de ausências, o desprezo que me transformou em cinzas.
Ele acreditava que aquela noite era um recomeço. Talvez, para ele, fosse. Para mim… eu ainda não sabia.
Olhei pela janela, a cidade iluminada diante de mim, e deixei escapar um sorriso leve, que morria antes de chegar aos olhos.
Eu precisava