Amélia
A neve derretia devagar no parapeito da janela, escorrendo como o tempo que parecia escorregar entre os dedos de Amélia. Era já a terceira semana de investigações intensas. Ela e Maxin passavam horas por dia imersos em relatórios, imagens antigas, registros da Bratva Negra, mensagens criptografadas — mas nada se encaixava.
Nenhum nome. Nenhum rosto. Nenhum rastro sólido.
O homem mascarado parecia um fantasma. Sabia onde atacar, quando desaparecer, e deixava como única pista o medo crescente que espalhava.
Amélia estava sentada na biblioteca, os olhos cansados sobre a mesma pasta que já havia revisado cinco vezes. Maxin entrou em silêncio, segurando uma taça de conhaque. Estava tenso, mas não surpreendido.
— Nada? — ela perguntou antes mesmo que ele dissesse algo.
— Nem mesmo uma sombra. — Ele deixou a taça sobre a mesa e se jogou no sofá ao seu lado. — Nikolai teve contatos vigiando os aeroportos, fronteiras, até os cassinos clandestinos... o mascarado não é um nome conhecido