Quando a ética cede ao fogo
NOÊMIA PAIXÃO
Desde o primeiro olhar, achei Amaro um coroa sexy.
Não era só a idade — era o poder. O jeito dele olhar, como se pudesse atravessar a alma e marcar a pele só com os olhos. Um homem que sabe o que tem nas mãos e não tem pena de usar. Aquilo sempre me acendeu uma corrente elétrica pela espinha.
Se o tiro não tivesse acontecido e ele tivesse investido, eu teria aceitado. Sem pensar duas vezes. Mas depois que virei sua enfermeira, depois que passei a cuidar dele, não quero ser vista como a mulher que se entregou ao paciente rico.
O problema é que ouvir as coisas que ele me diz, ver os olhos dele queimando sobre mim… está cada vez mais difícil resistir.
Ajudo-o a se levantar da banheira e meu rosto arde. Tento virar para o lado, mas ele não me deixa fugir do que já é evidente. Ele quer que eu veja que está duro. Que está me desejando.
Faz cinco anos que não tenho sexo. Cinco anos dedicados só à profissão depois de um casamento podre de cinco anos