O DESARME DO PODER.
Quando o desejo faz o outro querer ser melhor, pertencer.
AMARO CASSANI
Levanto a mão e afasto, não para esconder, mas porque já não domino aquele embaraço. — Amaro — corrijo, num pedido. — Por favor.
Ela vira o rosto, a vergonha desenhando uma linha de fogo nas bochechas. — Isso não é… ereção involuntária. — as palavras saem quase num sussurro, um pouco trêmulas. — Isso é tesão.
Eu a prendo pelo olhar. O que quero é muito mais do que sexo: quero que ela veja o homem por trás do nome, que entenda que o que me move é outra coisa além do hábito.
—Eu quero muito você Noêmia. Fica comigo.
— Eu não posso e… Você tem aquela jovem — ela murmura, tentando construir uma muralha com o que julga ser óbvio — eu… eu não vou brigar por homem algum. Eu não sou esse tipo de mulher.
A frase deveria ser alívio. E é — e ao mesmo tempo corta como navalha. Eu sei que ela pensa em ética, em carreira, em limites. E sei também que ela pensa: eu sou o patrão, eu sou a armadilha. E talvez eu mereça. Mas a v