Quando contratos valem bilhões e um olhar vale tudo

LEONARDO CASSANI

A suíte presidencial tinha aquele silêncio que só existe depois de uma guerra vencida. Ainda havia o cheiro de sexo no ar, mas Norman já estava diante do notebook, os óculos escorregando no nariz e os dedos percorrendo cada linha dos contratos. Eu fiquei parado por um instante, apenas olhando. O robe dela caía um pouco do ombro, revelando pele demais para eu conseguir pensar em números, mas ela parecia não perceber.

— Você está realmente levando isso a sério, não é? — perguntei, caminhando até ela.

Ela ergueu os olhos do documento, e o brilho azul me atravessou como faca.

— Claro. Você confia em mim para revisar. E eu não vou deixar nada passar.

Aquela mulher… caralho. Norman podia ser fogo na cama, mas quando sentava diante de papéis, virava aço. Eu me apoiei no encosto da cadeira dela, espiando por cima do ombro.

— E então? — pressionei. — Vai me dizer que todos querem me foder ou tem alguém decente nesse meio?

El