Entre memórias e promessas de futuro
LEONARDO CASSANI
O celular vibrou em cima da mesa de vidro da suíte presidencial. Olhei para a tela e o nome que piscava fez meu peito pesar de um jeito estranho: mamãe.
Atendi de imediato.
— Mãe?
A voz dela veio suave, mas com um fundo de melancolia que me atravessou.
— Filho… eu estou me sentindo sozinha. Decidi que quero voltar a morar na França. Ficar mais próxima de você.
Fechei os olhos por um instante, respirando fundo. Ela sempre foi minha fortaleza silenciosa, a única que sabia ler meu silêncio sem me pressionar.
— E o Bill? — perguntei, tentando entender.
Ela suspirou do outro lado.
— O Bill resolveu me trocar por uma jovem.
Minha mão fechou em punho.
— Sério isso, mãe? — minha voz saiu carregada de fúria. — Filho da puta.
Ela apressou-se em me acalmar.
— Se acalme, filho. Eu tenho você. E isso é o que me importa.
Respirei fundo, tentando controlar o ódio.
— Está certo, mãe. Volta. Vou levar minha esposa para conhecer a senhora. Eu estav