Quando o amor veste silêncio e cheiro de lar.
LEONARDO CASSANI
Cheguei em casa por volta das oito da noite.
Norman já estava de roupão, cheirosa, e o jantar posto à mesa — aquele tipo de gesto simples que desmonta qualquer dia ruim. Ela sempre me espera.
Assim que entrei, ela se aproximou com um sorriso e me estendeu a mão.
— Seja bem-vindo, senhor meu esposo.
— Ah, que delícia... — ri, puxando-a devagar. — Melhor do que “senhor Cassani” ou “chefe”.
— Oi, minha esposa. Que saudades de você.
Sentei no sofá e a trouxe pro meu colo. Ela se ajeitou de lado, leve, ainda com aquele sorriso calmo. Me deu um selinho e ficou me olhando como se o dia tivesse voltado a fazer sentido.
— Que bom isso, amor... — murmurei. — Mas vamos ao que interessa?
Ela arqueou as sobrancelhas, confusa.
Antes que pudesse perguntar, envolvi sua cintura com o braço, impedindo qualquer tentativa de fuga, e peguei o celular.
Liguei.
— Navarro! Boa noite.
Do outro lado da tela, o rosto do Navarro apareceu com o mesmo