A chuva começou antes do esperado, grossa e impiedosa, obrigando-nos a interromper o trabalho. Cada um correu para sua casa, buscando abrigo. Só Antônio permanecia no rancho, sabe-se lá fazendo o quê.
— Filha, vá atrás de Antônio. Daqui a pouco a chuva piora, não sabemos onde ele está. — pediu mamãe, aflita.
Revirei os olhos, tentando disfarçar a pontada de inquietação. — Ele sabe se cuidar, mãe. Fique tranquila.
Mas o tempo passou, e nada dele aparecer. A tempestade se intensificava, pesada, e até eu já estava preocupada. Se demorasse mais, nem conseguiria atravessar o caminho de volta — e a casa, nesse momento, era o único lugar seguro.
Papai entrou fechando o guarda-chuva encharcado, a roupa colada no corpo.
— Antônio já foi. Achei que ainda estava por aqui, mas Heitor disse que saiu há uns trinta minutos. Espero que chegue bem.
A noite caiu com trovões que estremeciam os vidros da janela. Resolvi, por impulso, ligar para a pousada. Do outro lado, a recepcionista confirmou: e