A festa começou ainda com o sol alto, dourando cada canto do rancho com uma luz que parecia vinda do próprio céu. O campo respirava celebração — dava pra sentir no ar, no som, até nas folhas que balançavam. As mesas de madeira estavam espalhadas pelo gramado, cobertas com toalhas brancas e flores do campo. Eram simples, mas tão bonitas que pareciam sorrir. Não era luxo, era verdade — e isso bastava.
O som das risadas misturava-se com o dos violões e o farfalhar das árvores, e por um instante, tive a sensação de que o mundo inteiro estava em harmonia.
Vi os convidados da cidade chegando — homens de sapatos caros, mulheres de vestidos longos, andando devagar, tentando não sujar o salto na terra fofa. Alguns tropeçavam, outros olhavam em volta como se nunca tivessem visto tanto verde. Eu sorri baixinho. No começo, estavam deslocados, mas com o tempo, o rancho fez o que ele sempre faz: acolheu.
O riso das crianças, o cheiro da carne assando, o sanfoneiro tocando com o coração — tudo i