O dia amanheceu calmo, com o sol nascendo por trás das colinas e tingindo o céu de tons alaranjados e rosados. O orvalho ainda brilhava sobre a grama, e o ar fresco da manhã trazia o perfume leve da terra úmida misturado ao som distante do riacho. Tudo parecia respirar paz.
Coloquei meu vestido longo — aquele florido que dançava com o vento —, calcei as botas e ajeitei o chapéu de palha. Peguei a cesta que havia preparado e levei Artur comigo até o campo, onde o horizonte parecia não ter fim. Ele já conseguia se sentar, firme, com aquele jeitinho curioso de quem descobria o mundo um pedacinho por vez.
Estendi a toalha no chão e espalhei as frutas: pedacinhos de mamão, banana e uva cortada ao meio. Artur batia as mãozinhas, encantado, e quando pegou um pedaço de mamão, levou direto à boca, lambuzando-se todo. Ri baixinho, sentindo o coração se aquecer com aquela cena simples, mas perfeita.
— Olha só, meu amor, você já é quase um homenzinho — murmurei, limpando o rostinho dele com um