📚 AMORES EM SEGREDOS ✍️ Val Veiga CEO x DANÇARINA MISTERIOSA + IDENTIDADE OCULTA + OBSESSÃO + AMOR PROIBIDO = AMORES EM SEGREDOS Isabela Duarte nunca pediu para viver atrás de uma máscara. Mas a vida cobrou caro demais. Aos vinte e sete anos, ela carrega dívidas impiedosas e a responsabilidade de salvar a irmã doente. Para resistir, precisou se dividir em duas: de dia, apenas mais uma mulher lutando para sobreviver; à noite, Vênus a dançarina mascarada mais desejada do Aurora Club. Um enigma que todos querem tocar, mas ninguém consegue alcançar. Adrian Monteiro é um CEO arrogante, milionário e acostumado a dominar qualquer situação. Frio. Perigoso. Implacável. Até conhecer Vênus. Misteriosa, sedutora e inalcançável, ela se torna sua obsessão. Um vício que o consome, que arranca dele o controle que julgava inabalável. O que ele não sabe é que, por trás da máscara, está Isabela a mesma jovem que cruza seu caminho fora do clube. Sem imaginar que deseja a mesma mulher duas vezes, ele se vê dividido entre duas paixões, enquanto ela luta para manter o segredo que sustenta sua vida. Entre mentiras e desejo, poder e rendição, eles mergulham em um jogo proibido capaz de destruir tudo ao redor. E quando a verdade explodir, uma única pergunta restará: até onde você seria capaz de ir por sua família… e por um amor que nunca deveria existir? ✨ Uma trama intensa, sombria e arrebatadora, onde cada escolha cobra um preço e cada segredo pode custar vidas. Prepare-se para um romance que não conhece limites porque amar, aqui, pode ser a mais perigosa das condenações.
Leer más**Prólogo — Quando o ar acaba**
Existem noites em que a vida decide nos desafiar com força. O oxímetro emite um sinal agudo, soando fora de sintonia, enquanto a tela do aparelho pisca com a leitura preocupante de 84%. É um aviso, um ultimato. O corredor do hospital exala o cheiro forte de desinfetante misturado ao desespero palpável. Aperto a mão de Seraphina, e ela tenta esboçar um sorriso que não consegue completar. Sua respiração é superficial, seus olhos estão grandes e assustados, refletindo um medo silencioso. — Fica comigo, Sera... minha voz falha, quase quebrando. — Só mais um pouco, tá bom? Os médicos estão em uma conversa acelerada, suas palavras se atropelam: fibrose, agudização, UTI, vaga, protocolo. Consigo traduzir essa torrente de termos médicos de forma rápida e angustiante: o ar dela está se esvaindo e eu preciso encontrar um milagre. Novamente. É nesse momento que ele surge. Vestindo um terno escuro e com a gravata frouxa, seu olhar é tão intenso que parece capaz de parar o mundo: Adrian Monteiro. Um homem que tem o poder de comprar silêncio, tempo e até pessoas. O único que nunca conseguiu me comprar. — Eu resolvo. ele declara de forma direta. — Pago a UTI particular. Remédios, transporte, vaga, o que for necessário. Agora. — Dinheiro não compra tempo. respondo, cansada de saber disso de cor. — E não compra um pulmão novo. — Compra uma chance. Ele encurta a distância entre nós. — Tira a máscara, Isabela. Ouvir meu nome daquele jeito arde. A máscara não está realmente no meu rosto, mas ele me olha como se estivesse. Há uma verdade pesada entre nós, feia e inevitável, que paira no ar. — Você quer a Vênus? pergunto, buscando me defender. — Ela não existe aqui. — Eu quero você inteira. Afirmou, sem piscar. — E eu vou ter. A risada que deveria sair de mim simplesmente morre. Inteira? Eu sou apenas uma soma de remendos. Dois enfermeiros aparecem, empurrando uma maca em direção a outra sala. Eu solto a mão de Sera, mesmo que por um segundo, mas esse segundo parece um abismo. Todo o mundo se resume a essa fração de tempo. — Leva sua irmã. A voz da minha mãe ressoa, atravessando os anos e a dor. Sempre retorna. Sempre manda. Eu sigo atrás da maca. Ele me acompanha, como se a noite estivesse seguindo os dois. Se isso é amor, é um amor marcado por feridas e um custo incalculável. Se é obsessão, é do tipo que faz sangrar quem se atreve a encostar. A porta da UTI desliza para o fechamento. Eu permaneço do lado de fora. Ele também. E, pela primeira vez, nos encontramos do mesmo lado em relação a alguma coisa. Quando o ar se esgota, ou escolhemos alguém… ou aprendemos a ficar sozinhas. Eu fiz minha escolha há anos. E agora, vou escolher novamente. ✨ Nota da Autora ✨ Meninas, antes de seguirmos para a história, eu preciso abrir meu coração e explicar um pouco sobre a doença que vai marcar profundamente a vida da Seraphina e, consequentemente, da Isabela. Ela sofre de fibrose pulmonar idiopática. O nome pode parecer distante, mas a realidade é devastadora. Trata-se de uma doença crônica, progressiva e sem cura. Isso significa que, a cada dia que passa, o pulmão dela vai cicatrizando por dentro, como se fosse se enchendo de pequenas feridas invisíveis. Só que, diferente de outras cicatrizes, essas não fecham. Elas endurecem o tecido pulmonar, que deveria ser elástico e cheio de vida, e isso torna cada respiração um verdadeiro campo de batalha. A fibrose pulmonar não pede licença. Ela chega de mansinho, com tosse seca e falta de ar em situações simples, como subir alguns degraus ou até mesmo conversar. E então vai tomando espaço, até que o simples ato de respirar algo que a gente faz sem pensar se torna doloroso, cansativo, quase impossível. O mais cruel? Não existe cura. Os tratamentos disponíveis são caros, inacessíveis para a maioria, e mesmo assim não trazem a promessa de uma vida longa. Servem apenas para retardar o avanço da doença, dar um pouco mais de tempo… e, muitas vezes, esse tempo não é suficiente. Na prática, quando um médico dá o diagnóstico, ele também entrega uma sentença: alguns anos de vida, dependendo de como a doença avança em cada corpo. Em alguns casos, fala-se em três, cinco, ou sete anos. Raramente mais. E a única chance real de esperança é um transplante de pulmão algo que depende de dinheiro, compatibilidade, listas de espera intermináveis e muita sorte. Imagina ouvir isso aos dezenove anos. Imagina ser irmã mais velha e carregar a responsabilidade de segurar o mundo para que a caçula respire mais um dia. Foi essa dor que me inspirou a construir a luta da Isabela. Porque, além do romance proibido, da máscara e do jogo de obsessões, Amores em Segredos é também sobre sobrevivência. Sobre uma mulher que faz o impossível para arrancar da vida aquilo que ela não tem obrigação de dar: tempo. Quis trazer a realidade dessa doença não para entristecer, mas para dar profundidade. Para mostrar que, por trás da dança, dos olhares e do fogo da paixão, existe também uma batalha silenciosa e muitas vezes invisível contra algo que nenhuma mulher deveria enfrentar sozinha. Preparem-se, meninas. Essa história vai doer. Vai apertar. Vai fazer vocês segurarem o fôlego junto com Seraphina e Isabela. E, ainda assim, vai mostrar que, mesmo na escuridão mais cruel, existe sempre uma centelha de amor capaz de nos manter de pé. Com carinho, Val Veiga 💜O relógio do celular mostrava 15h47. Hoje, o itinerário parecia bem definido: muitas andanças e poucas afirmações.Atravessei a rua e, por um triz, não esbarrei em uma mulher que usava batom vermelho e tinha um sorriso largo e contagiante. Um perfume intenso exalava dela, seu salto alto ressoava na calçada, e seu cabelo estava preso com um grampo dourado. Ela era Lola, o tipo de pessoa que atrai olhares sem precisar fazer esforço.— Você é a Isa, certo? sorriu, como se já me conhecesse de algum lugar. — Te vejo pela vizinhança.— Sou eu.Ela me avaliou de uma forma que não era desprezo, mas sim uma análise profunda.— Perambulando pelo bairro com essa pastinha... buscando emprego?— Na verdade, procurando dinheiro.— A sinceridade é algo que eu aprecio. Com um gesto ágil, ela retirou um cartão de sua bolsa e o colocou na minha mão. — Aurora Club. Eles estão precisando de garçonete para hoje à noite. O trabalho é só com bandeja e um olhar firme. Sem registro, mas a gorjeta é boa.Olh
— Precisamos voltar ao posto de saúde.— Não precisa, Isa… Sera encolheu os ombros, com um olhar resignado. — É só uma gripe. Logo vai passar.— Não está passando. E eu já não posso esperar mais.Com um olhar rápido, examinei a carteira: vi quatro notas amassadas, além de moedas soltas no forro. O boleto da conta de luz estava ali, também, com a frase “última chance” sublinhada em vermelho. O armário, quase vazio, e a geladeira que só refletia eco, deixaram claro que a situação não estava boa.— Escuta, faz assim. respirei fundo, decidida. — Hoje você vai ficar em casa. Não suba escadas, não desça, não saia. Qualquer sinal de tontura, me liga.— Mas você vai pra onde? perguntou Sera, com uma expressão preocupada.— Vou atrás de emprego.Ela abriu a boca como se fosse dizer “descanse”, mas engoliu as palavras. Sabia que, na situação em que estávamos, descansar era um luxo que não podíamos nos permitir.Deixei um copo de água e o oxímetro na mesa de centro.— Se sua saturação cair aba
### A PRIMEIRA CONSULTA (o erro)Acordei a Sera bem cedo, preparando um café fraco e aquecendo um pão na chapa. Ela fez uma tentativa de mostrar normalidade, mas logo a tosse denunciou a farsa no segundo gole.— Coloque a blusa. O posto abre às sete.— Isa, isso é um exagero…— Exagero é te ver ofegante lavando a louça. Vamos.Na triagem: filas, senhas, papel amassadoChegamos ao posto de saúde com o céu ainda em um tom de azul-claro e a fila já se estendia torta pela calçada. Uma criança chorava, um senhor estava envolvido em uma discussão sobre a senha, e um cartaz de “Campanha da Gripe” pendia torto, segurado por fita crepe.Durante a triagem, a técnica mostrou-se precisa e automática:Pressão arterial: 100/65Frequência cardíaca: 104 (ela comentou “ansiedade”, sem desviar o olhar)Saturação de oxigênio: 97% em ar ambienteTemperatura: 36,6°CQueixa: “tosse seca, cansaço em esforços leves, tontura esporádica”— Você tem alguma alergia?— Não.— Está com febre?— Não.— Sente dor no
A assistente social respirou profundamente, seus olhos expressando cautela, como se já soubesse que a próxima frase seria devastadora. — Isabela… lamento informar, mas… sua irmã precisa ser acompanhada pelo conselho tutelar. Ela ainda é menor de idade. Aquele anúncio foi como um novo golpe. Meu corpo imediatamente se rigidificou. O chão parecia se abrir novamente, mas desta vez não havia fogo nem fumaça apenas a iminente perda da última parte da minha família. — Não! gritei, com a voz alta e rouca. — Vocês não vão levar ela de mim! A mulher esforçou-se para manter a calma, falando de maneira paternal, como quem lida com tragédias constantemente: — Compreendo sua dor, mas são protocolos, filha. Você tem apenas dezenove anos. É jovem demais para assumir a guarda sozinha. Sera se agarrou ainda mais à minha mão, seus olhos arregalados atrás da máscara de oxigênio. — Isa… eles vão me levar? sua voz saiu fina, trêmula, quase cortada por um soluço. Meu coração entrou em pân
**FLASHBACK — Domingo (continuação)** O fogo consumiu o carro rapidamente, como se estivesse ansioso por aquele momento. As chamas invadiram o painel, subiram pela cadeira da frente e expeliram fumaça preta através do para-brisa estilhaçado. O calor era insuportável, um vento abrasador golpeando meu rosto e secando minha garganta. — Mãe! meu grito se perdeu no meio do crackle das chamas. — Pai! Tentei correr de volta, mas uma mão forte agarrou meu braço. Virei-me instintivamente para me soltar. Era um homem com um colete de bombeiro, o rosto já coberto pela máscara. — Não! ele gritou. — Não chega perto, vai explodir de novo! — Eu preciso da minha mãe! berrei, arrastando os pés no chão, tentando me soltar. — Eles estão lá! Eu preciso! Outro bombeiro se aproximou, segurando meu outro braço. Eu esperneei, chutei e gritei até minha garganta arder. — Me solta! É minha mãe! É meu pai! Eles não soltaram. Um deles segurava firme, mas o olhar dele era pesado, carregado de uma tristeza
**FLASHBACK — Domingo, 16h42** O calor escaldante de domingo invadia o carro através das janelas abertas, trazendo com ele um misto de odores que remetiam ao asfalto aquecido, gasolina e aquele protetor solar de marca duvidosa. O banco traseiro rangia levemente ao eu me ajeitar ao lado de Seraphina. Na frente, meu pai, Roberto, dirigia com uma calma que só ele tinha, os dedos batucando no volante em sincronia com a música suave que ecoava pelo rádio. Enquanto isso, minha mãe, Camila, estava ocupada brincando com os cabelos e ajustando o cinto de segurança até ouvir o famoso clique. — Checa o cinto da sua irmã, Isa. meu pai pediu, sem desviar os olhos da estrada. — Está travado. respondi, puxando a fivela até sentir que estava firme e seguro. Seraphina soltou uma risadinha suave, apoiando a cabeça no vidro da janela. O sol refletido tornava seus olhos parecidos com duas bolinhas de mel, brilhando intensamente sob a luz. — Olha aquela nuvem! ela exclamou, apontando com o dedo p
Último capítulo