A noite era fria e cruel. O vento cortava como lâminas afiadas contra a pele de Vark, mas o frio não vinha somente do clima. Ele sabia que seu exílio era uma sentença pior que a morte. Sem alcateia, um lobo sem matilha, condenado a vagar sem rumo e sem honra, um renegado.
Ele se arrastava pela floresta, ferido da surra dos guerreiros e faminto. O peso da humilhação ainda queimava em seu peito. Sua mente fervilhava de ódio por Adrian, por Eyla, por todos que o haviam traído. Mas acima de tudo, ele odiava a si por falhar.
Seus passos eram pesados, seu corpo clamava por descanso, mas ele não se permitiria fraquejar. Precisava encontrar um novo caminho, um novo aliado...
Foi quando a escuridão se tornou ainda mais densa.
Uma presença maligna pairou sobre ele, como se a noite ganhasse olhos. Uma neblina negra surgiu ao seu redor, impedindo-o de ver além de alguns metros. O cheiro de enxofre invadiu suas narinas, e o ar tornou-se pesado.
— Um renegado é apenas um cachorro perdido.
A voz sib