Caroline Hart é uma chef renomada, acostumada a brilhar nas cozinhas mais sofisticadas de Nova York. Mas sua carreira e sua vida desmoronam quando a traição de seu noivo no dia do seu casamento a expõe publicamente, forçando-a a fugir para um lugar onde ninguém a reconheça. Seu refúgio? Uma cidade remota no meio do nada. Seu novo emprego? Cozinheira particular de um homem que ela nunca viu. O que ela não esperava era que seu novo chefe fosse Damon Thorn, um homem tão perigoso quanto irresistível. Arrogante, dominante e acostumado a ser obedecido, ele não é apenas um empresário recluso e solitário, ele é o Alfa de uma poderosa matilha de lobos. Caroline é humana. E Damon? Um predador letal. Desde o primeiro encontro, os dois se chocam em um jogo de orgulho e desejo proibido. Mas quando segredos começam a vir à tona e o destino os coloca frente a frente, Caroline precisa decidir: dar uma segunda chance ao amor, ou se entregar ao perigo de um Alfa que não aceita um "não" como resposta?
Ler maisCaroline Hart
"Shhh... galera, calma. Juro que não vou fazer barulho. Estamos indo fazer uma surpresa pro meu noivo." Falei para o celular, abrindo a live com a voz animada, o sorriso colado no rosto. O mundo inteiro parecia estar me assistindo naquela noite.
Era o melhor dia da minha vida. Prêmio Michelin. O troféu de chef mais cobiçado do mundo. Quando chamei meu nome no palco, senti que tudo tinha valido a pena — as noites sem dormir, as mãos cortadas, as lágrimas escondidas no banheiro de um restaurante. Tudo. Cada segundo.
Assim que desci do palco, ainda com o troféu nas mãos, o celular não parava: convites para revistas de gastronomia, programas de TV, patrocinadores disputando o direito de estampar meu rosto nos produtos mais caros de Nova York. Minha equipe de marketing só faltava explodir de empolgação. "Você virou uma celebridade, Hart!", eles repetiam, quase gritando.
Eu quase não acreditava, mas estava ali, vivendo. Faltava pouco para bater um milhão de seguidores — e meu agente garantiu: "Se chegar hoje, você fecha o maior contrato de cooperação da sua carreira. Vai ser o rosto de uma das maiores marcas do mundo. O rosto da gastronomia."
A live bombava. Eu mostrava tudo: "Gente, olha só, aqui é o nosso novo apê, presente de casamento. Falta um mês para eu virar a Sra. Wallace. E hoje, além de prêmio, é aniversário de namoro. Quatro anos com o mesmo homem!"
Fiz suspense para o chat. “Vou mostrar a surpresa para ele — e para vocês, que torceram por mim. Fiquem até o fim!”
Girei a chave. Entrei, rindo. "Surpresa!"
O prato e o troféu caíram juntos. Bateram no chão, estilhaçando, assim como minha felicidade.
Meu noivo, Zion, estava nu no sofá, com uma loira por cima dele. Sem esconder nada. Nenhuma vergonha.
Parei. O celular quase caiu da mão. O chat enlouqueceu, milhares de olhos testemunhando minha ruína.
"QUE PORRA É ESSA?" Meu grito foi mais alto que qualquer panela que já joguei no chão.
Zion tentou se cobrir, tropeçou nas próprias calças. A loira ria, vestindo minha camiseta preferida, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.
"Amor, espera, não é o que parece!", Zion gaguejou, olhando desesperado para câmera.
"Amor? Você me chama de amor? No nosso sofá, Zion? COM ESSA VADIA?! Falta um mês para o nosso casamento. Um mês." O ódio explodiu, minha voz era puro veneno.
Senti as pernas bambearem. O mundo girava. Tudo transmitido, ao vivo.
A loira saiu correndo. Zion tentou se aproximar, ainda nu.
"NÃO ENCOSTA EM MIM! Eu vim comemorar com você, seu desgraçado! Eu ganhei o Michelin! EU GANHEI!"
Ele ergueu as mãos, sem saber o que fazer. "Caroline, eu... foi só um deslize. Você sabe que a gente é forte."
"FORTE? Eu passei anos te apoiando, te levantando! E é assim que você me paga? O nosso aniversário! A nossa casa!" Avancei, empurrei o peito dele, mas tudo o que consegui foi cair no chão, soluçando de raiva.
Ele se abaixou para me tocar. Eu o empurrei de volta com toda a força.
"Eu nunca mais quero te ver! Você destruiu tudo! Sai daqui!"
Ele endureceu a voz, as palavras virando navalha. "Se você ganhou esse prêmio foi porque eu te banquei, Caroline. Porque eu abri portas. Você nunca teria chegado lá sem mim."
Minha mão estalou no rosto dele, quente, cheia de raiva. "Vai para o inferno, Zion! Nunca mais fala comigo!"
Tremendo, arrastei a estante de vinhos até o chão, garrafas e rolhas explodindo no tapete. "É isso que sobrou de nós."
Foi aí que vi o celular ainda gravando. A live continuava, milhares de comentários, gente chorando, gente rindo. O mundo inteiro assistindo meu pior momento.
Desliguei, atônita. Saí cambaleando até o corredor. Zion veio atrás de mim, só de cueca. Nem se preocupou em se cobrir.
"Você não vai terminar esse casamento, Caroline." Ele me segurou pelos braços, com força.
"Me solta, seu canalha!" Gritei. "Você é um traidor! Eu sou a vítima aqui!"
Ele sorriu, frio, os olhos apertados. "Não tão rápido. Lembra do contrato quando eu paguei sua faculdade? Tem uma cláusula. Se não se casar comigo, perde tudo: bens, carreira, nome. Vai ficar sem nada. Você assinou."
Meu mundo caiu outra vez. "Você... Você armou tudo isso?"
"Garanti meu investimento, só isso. Ou casa comigo, ou perde tudo. Fácil assim."
"Você é um doente, Zion. Eu te odeio!" Gritei, correndo para o elevador, sem olhar para trás.
Entrei no táxi chorando, tremendo de raiva, sem saber para onde ir.
O celular explodiu em notificações: perdi 500 mil seguidores em quinze minutos. Patrocinadores ligando, querendo explicações. Mensagens: "Você é um risco, Caroline." "Contrato cancelado." "Não podemos mais te representar."
Só consegui atender uma ligação. Era Zion.
"Por que você gravou essa merda, Caroline?"
Desliguei sem responder.
Fiquei sentada no chão do apê, sozinha, encolhida, sentindo o chão sumir. Queria sumir também.
Trinta minutos depois, batidas fortes na porta.
"Caroline! Abre logo!" A voz era de Magie, minha agente e melhor amiga.
Abri. Ela entrou com pressa, já fechando as cortinas. "Paparazzi lá fora. Você virou trending topic. Precisa sair daqui."
"Zion tem um contrato. Se não casar, ele tira tudo de mim. Minha carreira acabou." As lágrimas voltaram com força.
Magie me abraçou, forte. "A gente vai dar um jeito. Advogado, imprensa... mas agora você precisa sumir. Ficar aqui é pedir para ser destruída."
"Tem uma vaga, numa cidadezinha no interior, para cozinheira de um CEO. Ele é exigente, ninguém fica, mas paga bem. Quer tentar?"
"Sim. Agora. Me tira daqui, Magie. Por favor."
"Arruma as malas. Eu resolvo o resto."
Peguei o pouco que restou da minha dignidade e fui embora. O carro sumiu pela estrada de terra, árvores fechando em volta, e eu só pensava: "Onde foi que tudo se perdeu?"
A mansão apareceu na curva. De pedra escura, janelas altas, e uma solidão tão profunda quanto o buraco no meu peito.
Antes de bater na porta, gritos vindos de dentro:
"Essa comida está um lixo! Mandem essa cozinheira embora antes do amanhecer!"
Fechei os olhos. Respirei fundo.
"E agora, Hart? Em que inferno você foi se meter." sussurrei para mim mesma."
Caroline Hart A luz do notebook refletia no meu rosto, misturando meu suor ao nervosismo. A ligação começou com um estalo. O jornalista parecia preparado para triturar minha vida em manchetes, mas não vacilei. Meu nome era Hart. E, pela primeira vez, eu ia honrar esse nome do meu jeito.“Caroline, você está pronta pra gravar?”“Mais do que nunca. Vamos começar logo.”Ele tentou ser gentil, mas a voz dele cheirava a escândalo. Começamos do começo: infância, carreira, sumiço. Mas foi quando falou de Richard Lancaster que minha mão apertou o braço da cadeira.“Por que falar agora?” Olhei direto para a câmera.“Porque estou cansada de ser silêncio. Porque esse homem destruiu vidas, roubou sonhos, ameaçou inocentes. Porque ele é meu pai, mas nunca foi a minha família.”O jornalista ficou mudo por um segundo, depois anotou alguma coisa.Eu respirei fundo...Pensei em Ava, como ela ficaria quando visse isso? Eu não sei. Mas eu tinha que fazer isso.“Você tem provas?”“Tenho memórias. E tenh
Caroline HartO som do telefone ainda ecoava na minha cabeça quando voltei para dentro de casa. A notícia já estava rodando na redação, e em menos de uma hora o jornalista me mandaria o link da entrevista marcada. Minhas mãos tremiam, mas era um medo diferente, era coragem bruta. Era fazer o que precisava ser feito, mesmo sabendo das consequências.Damon estava sentado na poltrona do escritório, as mãos cruzadas, olhando para a lareira apagada. Assim que entrei, ele ergueu o olhar. Aquele olhar. O Alfa. O homem. O lobo. Tudo misturado, mas naquele momento, tudo era pura fúria.“Você já decidiu?” a voz dele era um trovão abafado.“Já.” Eu não hesitei. Não mais. “Eu preciso falar. Eu preciso expor esse homem, Damon. Chega de fugir.”Ele se levantou, atravessando o cômodo até ficar a poucos centímetros de mim. Seu cheiro, sempre tão reconfortante, agora parecia eletrificado. Raiva, medo, instinto de proteção.“Você tem ideia do que isso significa, Hart? Vai chamar a atenção de todos para
Caroline HartA manhã parecia mais tensa do que nunca. Eu ainda conseguia sentir o cheiro de fumaça no ar, mesmo depois que os bombeiros foram embora.A tosse me perseguia um pouco, mas já estava bem, ser lobo era incrível. Eu conseguia me curar mil vezes mais rápido.A mansão estava cheia de gente: advogados, empregados tentando consertar a bagunça, gente da reforma olhando para mim como se eu fosse culpada por atrair problema.Que merda.Eu sentia o olhar de todos. Sabia que ninguém ali me achava digna da alcateia, mesmo depois do incêndio, mesmo após salvar um operário. E mesmo que Damon tentasse me proteger, tudo parecia frágil demais naquele momento.Damon apareceu no corredor, celular no ouvido, o maxilar tenso.“Eles disseram que vão analisar as imagens das câmeras. Só que… sumiram algumas gravações, Hart.”Meu estômago virou. “Sumiram como?”“Alguém mexeu no sistema. O advogado acha que foi sabotagem. E o seguro vai complicar tudo.”Sentei na poltrona da sala, sentindo o bebê
Damon ThornEu com certeza odiava essas reuniões com a matilha, mas era essencial para que todos soubessem com quem estávamos lidando. "Todos estão aqui?" perguntei ao beta enquanto observava a sala de reuniões.""Sim, senhor. Dos ômegas aos Alfas vizinhos.""Ótimo."Eu sabia que o plano do governador era expandir as terras, e cavar todo minério que tínhamos aqui. Se ele tomasse posse das minhas terras, iria descobrir que não é somente aqui na Alcateia Thorn que temos esses tesouros naturais,mas em toda a floresta. E isso ameaçaria as outras matilhas.Eu, como Alfa supremo, jamais poderia permitir toda essa merda.Já mataram os meus pais uma vez, eu não podia deixar que outros inocentes pagassem pela soberba dos humanos. Não novamente.O salão de reuniões estava cheio. O cheiro de lobo velho, madeira antiga e suor pairava no ar. Minhas mãos tamborilavam na mesa, impacientes."Todos estão aqui?" Olhei para o beta, que assentiu, firme."Sim, supremo. Até os Alfas vizinhos chegaram.""E
Caroline Hart.Estar no colo de Damon era como um momento sem fim. Me sentia confortável, amada e o melhor de tudo, era como se nada lá fora existisse. Como se eu fosse alheia aos problemas que me cercavam."Eu tenho uma reunião na alcateia hoje." ele suspirou enquanto massageava minhas pernas.""Você não me avisou disso antes." eu o encarei.""Preciso deixar os lobos cientes do que está por vir Hart. Não é uma luta comum. São contra humanos, e eles podem ser mais ardilosos que um lobo em fúria."Me levantei dos seus braços e andei pela sala. A enorme janela deixava com que o vento entrasse, eu encarei lá fora como se o pôr do sol pudesse levar a minha angústia comigo."Me sinto culpada.""Culpada pelo quê?""Por trazer todos esses problemas para você Damon."Ele se levantou do sofá e veio até mim, suas mãos pousaram em meu braço enquanto eu encarava a vista a minha frente."Isso não é sua culpa. Essa guerra existe bem antes de você vir para cá."Suspirei. "Preciso ir. O beta e os ou
Caroline HartO cheiro de terra molhada preencheu minhas narinas antes mesmo de eu abrir os olhos. Era o aroma da floresta úmida, da noite que nunca terminava naquele pedaço do mundo.Acordei com um pressentimento ruim.Minha barriga pesava mais a cada dia, e o bebê se movia tanto que parecia ter vida própria. Cada chute era um lembrete: não era só eu que estava mudando. O mundo inteiro girava ao redor dessa criança que ainda nem tinha nome.Com tanta coisa acontecendo eu não fui capaz de dar um nome ao meu bebê.Eu me sentia uma péssima mãe.Abri o celular e recebi uma mensagem de Daniel, automaticamente sorri. Ele estava viajando fora do país, e eu agradecia mentalmente por isso. Eu não sei como daria explicações ao meu padrastro sobre tudo isso.A casa ainda dormia. Fechei os olhos. Damon não estava ao meu lado,e eu apenas peguei no sono e não me recordei dele ter voltado para a cama.Foi quando senti o cheiro de sangue.Levei um susto — não era real, era memória, era futuro, era
Último capítulo