O tempo, na vila toscana, não se media mais em contagens regressivas para o desastre, mas em estações que se sucediam com uma graça preguiçosa e em centímetros que eram adicionados à marca de altura de Lorenzo "Lio" Bellini Rossi na ombreira da porta da cozinha. Quatorze anos haviam se passado desde a noite de fogo e cinzas em que o império Costello ruíra. Quatorze anos de uma paz conquistada a duras penas, uma paz que Leonardo e Sabrina haviam cultivado com o mesmo cuidado e dedicação com que cuidavam de seus vinhedos e de seu filho.

Lio, agora um jovem de quatorze anos, era uma fusão impressionante de seus pais. Herdara a estrutura alta e a intensidade silenciosa de Leonardo, os olhos azuis que pareciam ver o mundo com uma profundidade analítica. Mas também possuía a empatia de Sabrina, seu sorriso fácil e uma paixão pela justiça que se manifestava em debates acalorados na mesa de jantar. E, para o imenso orgulho de Leonardo, ele tinha um talento notável para o desenho, suas mãos cap