89. Ecos de uma tempestade e o despertar de novos fantasmas
O tempo, para Leonardo Bellini, havia se tornado um luxo que ele aprendera a saborear com a reverência de um monge. Quase quinze anos haviam se passado desde a noite de fogo e cinzas em que o império Costello ruíra e ele, ao lado de Sabrina, iniciara uma nova vida sob a proteção discreta dos Guardiões da Verdade. Quinze anos de um silêncio abençoado, de manhãs tranquilas na Toscana, de ver seu filho, Lorenzo, crescer e se tornar um jovem de dezessete anos com a inteligência do pai e a compaixão da mãe. A paz era real, conquistada, e Leonardo se agarrava a ela com a força de um homem que conhecera o inferno.
Ele se tornara um artista recluso, mas respeitado no mundo da arte, suas esculturas, assinadas com um pseudônimo, celebradas por sua intensidade emocional e sua técnica impecável. Sabrina, por sua vez, transformara a Fundação Bellini-Rossi numa força silenciosa e eficiente para o bem, um legado que honrava a genialidade de um avô e a redenção do outro. E Lio, o jovem Lorenzo, era a