O casamento de Elizabeth Stewart e John Walker fora selado por um contrato frio e impessoal entre suas famílias. Três anos de matrimônio, um tempo que para Elizabeth significava esperança e amor, mas para John, vingança. Elizabeth, apaixonada, inocente e sonhadora, aceitou o matrimônio com alegria, desconhecendo as cláusulas do contrato. John, por sua vez, acreditando que ela era diferente das mulheres fúteis, mimadas e interesseiras de seu convívio, viu sua imagem idealizada ruir ao descobrir o contrato. Sentindo-se traído, decidiu puni-la por aquilo que julgava ser uma farsa. No dia do casamento, logo após a cerimônia, John deixou Elizabeth sozinha com os convidados. Naquela noite, ao chegarem em casa, ele rasgou todas as roupas dela e lhe deu apenas roupas escuras e austeras. Seu quarto seria o da empregada, e os cuidados da casa. Seu desprezo era implacável. John acreditava que Elizabeth havia aceitado aquele casamento por dinheiro. Sentindo-se enganado por ela, decidiu que transformaria os três anos de casamento num tormento. Enquanto Elizabeth sofria em silêncio e esperança pelo amor de John suportando suas humilhações e desprezo sustentada por sua fé inabalável, a única âncora que a mantinha de pé em meio a dor e solidão. John se tornava cada vez mais um homem frio e cruel. Mas tudo mudou no dia que o contrato chegou ao fim. Misteriosamente Elizabeth desapareceu sem deixar rastros, levando John a repensar seus sentimentos por Elizabeth e o levando a uma busca desesperada por redenção e amor por aquela mulher que passou anos tentando destruir.
Ler maisMarcus seguiu seu olhar e arregalou os olhos, surpreso. Do outro lado da rua, uma mulher elegante caminhava tranquilamente, vestindo um vestido branco com pequenas flores azuis que se ajustava delicadamente à sua cintura, e um chapéu combinando que dava um toque clássico ao seu visual. Em seus braços, carregava um pequeno buquê de flores, abraçando-o contra o peito como se fosse um tesouro. Seus passos eram calmos, firmes e graciosos, como se dançasse a cada movimento.Marcus trocou um olhar rápido com Daniel e sussurrou, sem conseguir conter o espanto:— É ela, não é? Daniel balançou a cabeça lentamente, os lábios entreabertos. — Parece muito… Mas deve ser alguém muito parecida.Marcus voltou os olhos para John, que continuava alheio a tudo, perdido no próprio silêncio pesado. Pensou em dizer algo, mas se conteve. John não dava abertura para falar sobre Elizabeth, preferiu não falar que estava vendo uma mulher muito parecida com ela. Afinal se era ela, por que estaria ali sozinha e
ElizabethO senhor Frank West guiava Elizabeth pelo imóvel com a calma de quem conhece bem cada canto do lugar. Havia retornado recentemente à cidade e, ao saber de seu interesse, entrou em contato com ela para agendar uma visita.Elizabeth analisava o espaço com atenção. Era um imóvel de dimensões agradáveis, nem grande demais, nem pequeno demais, ideal para algo íntimo e acolhedor, exatamente como ela sonhava. Os olhos percorriam cada detalhe do salão principal, imaginando as mesas dispostas sob luz suave, o aroma vindo da cozinha e especiarias pairando no ar.— E então, o que achou, senhorita? — perguntou o senhor West, um homem alto, de expressão serena, com cerca de sessenta anos e voz pausada, quase paternal.— Gostei muito. Tem potencial — respondeu ela, caminhando com passos calmos pelo local.Ele a acompanhava de perto, enquanto ela explorava cada espaço com olhar crítico e ao mesmo tempo encantado. Ao entrarem na cozinha, o contraste era evidente, diferente do salão, o ambie
JohnO amanhecer chegou cedo demais para John Walker. A noite havia passado em silêncio, longa e insone. Apesar do cansaço físico, o sono não veio e quando veio, foi agitado. Levantou antes mesmo do despertador tocar.Tomou um banho demorado, como se a água pudesse dissolver os pensamentos que insistiam em permanecer. Vestiu-se com calma: terno cinza escuro, camisa branca bem passada, gravata em tom semelhante, a rotina de sempre, agora sem propósito definido.Diante do espelho, mal reconheceu o próprio reflexo. Os olhos estavam opacos, sem brilho. A expressão, dura. Estava visivelmente mais magro e sua postura já não era a mesma de antes, havia perdido algo além do peso, talvez o orgulho, talvez a convicção. Desviou o olhar. Encarar aquele homem era encarar verdades que ele preferia evitar. Queria mudar. Mas não sabia por onde começar.Desceu as escadas em passos lentos, atravessando o silêncio da casa. Passou pela sala de jantar e, por instinto, olhou para a mesa. Não havia mais caf
JohnNaquele mesmo entardecer, enquanto a cidade fervilhava embaixo de seus olhos. John estava em seu escritório, no alto do prédio do Grupo Walker, mas não enxergava nada do que acontecia lá fora.Sentado em sua cadeira de couro, o paletó jogado displicentemente no encosto, ele mantinha os cotovelos apoiados na mesa, os dedos entrelaçados, o olhar fixo em um ponto qualquer do horizonte tingido em tons alaranjados e rosados.Ele e Bruce tinham acabado de finalizar os trâmites da aquisição de Miami, o processo fora difícil, mas conseguiram terminar no prazo. Agora os setores administrativos e jurídicos dariam prosseguimento ao processo final.Bruce entrou na sala trazendo os relatórios finais para assinatura, mas parou ao perceber a expressão do patrão.— Senhor… está tudo bem? — perguntou com cuidado, depositando a pasta sobre a mesa.John despertou do transe e olhou para o assistente sem realmente vê-lo. Passou a mão pelo rosto, suspirando fundo antes de responder:— Alguma novidade?
ElizabethElizabeth agradeceu com um sorriso discreto quando a garçonete da cafeteria colocou mais um pedaço de torta sobre a mesa. A jovem garçonete sorriu de volta com um sorriso simpático. Assim como ela, as pessoas na cafeteria estavam admiradas com a presença daquela bela jovem de traços delicados e olhar sereno, que irradiava uma graça angelical, quase etérea.Sentada próxima à uma janela panorâmica, Elizabeth parecia alheia aos olhares curiosos. Estava ali há algum tempo, rodeada de anotações e folhetos de imobiliárias locais. Após dias explorando cada rua daquela pequena cidade turística, finalmente encontrou o lugar perfeito: um restaurante de arquitetura clássica, que havia sido desativado a pouco tempo, mas com potencial para se tornar o restaurante dos seus sonhos.Suspirou enquanto observava atentamente o movimento das pessoas pelas ruas ladeadas por construções do início do século passado. Era tudo tão charmoso. A cidadezinha, famosa entre turistas da capital, tornou-se
JohnNa sala da presidência, John revisava a proposta final do contrato de Miami. Bruce, dois advogados do jurídico e o diretor financeiro estavam reunidos, o silêncio só era rompido pelo som das folhas sendo viradas e os dedos rápidos de Bruce digitando observações.Anne entrou discretamente, aproximou-se de John e falou em voz baixa:— Senhor Walker, desculpe interromper, mas a senhorita Pamela White está na recepção. Ela insistiu muito e disse que não sairá sem falar com o senhor.John respirou fundo, cerrando o maxilar. Sentiu um leve tremor de irritação percorrer seu corpo. Não estava disposto a lidar com ela naquele momento. Mas sabia que, se a mandasse embora, poderia piorar as coisas, afinal eles eram parceiros de negócios e começava a se arrepender por ter estreitado muito os laços com os White.— Pode permitir que ela entre. Mas que aguarde. Assim que encerrar a reunião, eu a atendo. — Sua voz saiu fria, sem emoção.— Sim, senhor — respondeu Anne, saindo em seguida.— Podemo
Último capítulo