Capítulo 02

— Um contrato de casamento? — John Walker encarava os pais, incrédulo. — Estão falando sério?

— John, meu amor, você já passou da hora de casar — disse Martha, sua mãe. — E até hoje não teve uma namorada séria. Se não se casar logo, seu avô vai entregar o grupo Walker para terceiros. Você sabe que ele só vai transferir a presidência se você se casar. Não é mesmo, Roger?

- Sua mãe tem razão. Você já chegou no auge do grupo, agora só lhe falta a presidência. - Roger falou como se tivesse decorado a frase.

Martha Walker Sinclair era uma mulher autoritária, controladora e estrategista. Seu marido, Roger Sinclair, era o completo oposto: calmo, submisso e devotado às vontades da esposa. 

Roger entrou para a família Walker movido pelo amor que sentia por Martha, unindo, assim, os negócios dos Sinclair ao império dos Walker. 

Com a ascensão meteórica de John, seu filho, Roger decidiu renunciar ao cargo de diretor. Não queria viver à sombra do filho, como já vivia à sombra da esposa.

— Mãe, eu não vou me casar com qualquer uma — retrucou, irritado. 

Ele queria muito a presidência, mas não ao custo de se unir a uma mulher interesseira e principalmente sem amor. 

Sim, John acreditava em casar por amor.

— Por isso sugerimos um contrato. Pense bem: você se casa, assume o grupo e, após três anos, está livre — argumentou Martha. — Sem amor, sem obrigações emocionais. Apenas um acordo. E claro, uma compensação bem calculada.

A ideia do contrato de casamento partiu de Martha. John estava prestes a completar trinta anos, ainda solteiro e sem nenhum relacionamento sério. 

Martha temia que o controle do Grupo Walker, um conglomerado que atuava em diversas áreas como indústrias, fábricas, investimentos em energia, tecnologias, IAs, logística, investimentos imobiliários e até farmacêutica, passasse para a mão de administradores até que um dos Walkers casasse.

John era o neto mais velho, filho único de Martha e Roger. Sua irmã Laura, tinha um casal, Claire, que ainda não completara dezoito anos e Arthur, que apesar de ter vinte e cinco anos já namorava a algum tempo e soube pela irmã que pretendia ficar noivo.

Martha viu um perigo para seus planos com relação a John, se Arthur casasse primeiro, poderia se tornar o principal herdeiro do Grupo, mesmo ele não demonstrando tanto interesse na presidência. 

Arthur gostava de viagens e aproveitar a vida, não ligava muito para negócios e seu cargo no grupo era por ser da família, enquanto John dedicava toda sua vida ao Grupo.

O patriarca, Oliver Walker, havia sido claro: só transferiria o comando do grupo se ele provasse ser um homem responsável e, para isso, precisava de uma esposa. 

E Martha não via nenhuma esposa adequada para o seu valoroso filho, precisava arrumar uma esposa e rápido para ele.

John sempre foi um homem centrado e maduro para sua idade. 

Concluiu os estudos aos dezenove anos e jamais se deixou levar por namoricos ou distrações fúteis, como faziam muitos de seus amigos. 

Mesmo depois de se consolidar como um dos empresários mais notáveis e respeitados do país, cercado por belas mulheres que tentavam conquistar aquele que era, sem dúvida, um dos solteiros mais cobiçados da nação, John permanecia reservado quanto à sua vida amorosa. 

Ninguém sabia ao certo se ele estava, ou não, envolvido com alguém. À família, limitava-se a dizer que não tinha tempo para relacionamentos.

John até via sentido. Um contrato evitaria futuros problemas. Mas não gostava da ideia de se casar por obrigação. 

John já tinha alguém em mente e provavelmente no coração. Ele tinha planos e estava se aproximando de uma certa moça, uma jovem diferente de todas as outras, simples, doce... 

Mas sua mãe continuou falando sem lhe dar chance de revelar qualquer coisa.

— Pense bem, querido. Ela não poderá exigir amor ou dedicação de você. Tudo o que precisa fazer é permanecer casada por três anos, o que, convenhamos, não seria nenhum sacrifício. — Martha falava com orgulho, observando o filho com admiração.

John era alto, com um metro e oitenta e cinco, e tinha um porte atlético esculpido por anos de academia. Seu rosto quadrado e marcante, o queixo firme, os lábios bem delineados, os olhos negros intensos e os cabelos e sobrancelhas negros espessos compunham uma aparência imponente e irresistível. Ele fazia qualquer mulher suspirar.

— Que garota da alta sociedade não sonharia em se casar com você? — continuou Martha. — Mas achamos mais sensato escolher alguém fora do nosso círculo, alguém abaixo dos nossos padrões, que aceitasse esse casamento em troca de uma compensação generosa e que, depois, não nos causasse problemas. Por isso escolhemos Elizabeth Stewart.

O nome caiu como uma bomba no peito de John.

— Quem? Quem você disse?

— Elizabeth Stewart. Lembra dela? Aquela moça tímida, filha de um pequeno empresário. A empresa deles está quase falida. Esse casamento salvaria a família. Em troca, a família teria uma pequena participação nos lucros que lhes dariam uma vida modesta para nossos padrões, mas confortável e uma compensação de alguns milhões para ela após o término. Um acordo perfeito.

John sentiu o estômago revirar.

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