A Mansão Walker ficava em uma vasta propriedade. cercada por jardins extensos, quadras de esportes e até um campo de golfe.
O salão de pé-direito alto, vitrais imensos, estava decorado com extrema elegância e simplicidade.
Martha admirou o bom gosto da nora. Se não fossem as circunstâncias do casamento e sua origem inferior, talvez até a considerasse a esposa ideal para seu filho.
Os convidados eram pouco mais de oitenta pessoas. Do lado da noiva, além do pai, da madrasta e do irmão, havia apenas alguns poucos amigos.
O velho Walker, irradiava felicidade por ver seu neto casado.
Oliver teve três filhas: Martha, a mais velha, mãe de John. Laura, casada e mãe de Claire e Arthur, e Catherine, a caçula, uma solteirona convicta de quarenta anos.
Ao ser conduzida para o salão pelo mordomo, Elizabeth olhava em volta a procura de John e ficou receosa à medida que ouvia o murmúrio alegre de pessoas conversando.
Entrou sozinha no salão e os convidados ficaram surpreso. Martha agiu rápido, recebendo a nora com um afetuoso, mas falso abraço, facilmente percebido por Elizabeth.
— Elizabeth, querida, venha, quero lhe apresentar alguns amigos e familiares.
Elizabeth retribuiu o sorriso e tentou manter a confiança, mesmo enquanto procurava seu esposo que ainda não havia aparecido.
Garçons serviam bebidas e aperitivos, e uma pequena banda tocava música descontraída. No entanto, a ausência do noivo começou a gerar cochichos entre os presentes.
Martha começava a se preocupar fazia de tudo para que seu pai não percebesse as circunstâncias daquele casamento.
Logo após as apresentações, Elizabeth foi conversar com duas de suas amigas.
- Lizzie! - exclamou Sara. - Por que não nos contou? Você e John. Como? Nem sabíamos que estavam juntos.
- Foi tudo muito rápido. Depois explico - Não queria falar sobre o contrato, estava tão feliz.
- Não me diga que… - Emma a olhou com surpresa e depois para a barriga da amiga. - Lizzie, você…
- Não! - Exclamou horrorizada e visivelmente ruborizada. - Claro que não.
- Você parecia tão tímida e conquistou o homem mais bonito e cobiçado dos pais. Precisa me contar seu segredo. - Comentou Emma.
- Estamos felies por você. Parabéns! Pena que Adam não pode vir, ele está terminando seu doutorado no exterior, mas mandou votos de felicidades.
- E por falar em felicidade. Cadê seu noivo? - Perguntou Emma.
Elizabeth estava começando a ficar preocupada.
Foi com alívio que o viu chegar.
Quando John finalmente entrou no salão, pegou uma bebida. Martha correu até ele.
— O que deu em você? Seu avô pergunta por você o tempo todo! E, por favor, melhore essa expressão e trate bem sua noiva ao menos na frente dos convidados!
— Quer que eu finja ser um noivo apaixonado? — perguntou ele, com frieza.
— Pelo menos demonstre alguma atenção a ela. Faça isso por seu avô. — Martha sabia que John amava o avô.
John se aproximou de Elizabeth.
— Desculpe por negligenciá-la. Tive alguns assuntos para resolver — disse ele, pegando a mão dela.
Elizabeth o olhou com um misto de alívio e esperança.
— Está tudo bem — respondeu, com os olhos brilhando ao encará-lo.
Pela primeira vez, ele sustentou o olhar com uma expressão mais suave.
— Com licença, quero levar minha noiva até meu avô. - Disse ele para Sara e Emma com um belo sorriso, mas os olhos tinham um brilho que não refletia nos lábios.
Segurando a mão dela com firmeza, conduziu-a até onde o velho Walker.
— Vovô — disse John, aproximando-se com um semblante surpreendentemente diferente: havia doçura em sua voz grave e carinho no olhar.
— John! Onde você estava? Como pôde deixar sua encantadora noiva sozinha? — repreendeu o avô.
— Já pedi desculpas a Lizzie - Pela primeira vez John se referiu a ela como Lizzie. - Precisei resolver algumas coisas — disse, sentando-se ao lado do avô.
— Sente-se, minha querida — convidou Oliver Walker, apontando para o lugar ao lado de John.
— John sua noiva é um encanto, cuide bem dela.
— Pode deixar, vovô. Vou cuidar dela como ela merece — respondeu, olhando para Elizabeth com um brilho enigmático e sombrio que a deixou inquieta.
— Quando conheci sua falecida avó, Emily, soube na hora que havia encontrado alguém especial. Espero que você também saiba reconhecer isso — disse o velho, com seriedade.
John sabia que Elizabeth já havia se encontrado com o avô e, provavelmente, o cativara com seu jeito encantador. Quase poderia acreditar que ela era sincera se não duvidasse tanto de seu caráter.
John deixou Elizabeth conversando com avô, observando-a por alguns segundos antes de se afastar.
Seu olhar acompanhava cada gesto dela: elegante, graciosa, educada.
O círculo de amizades de John era seletíssimo e, talvez por isso, ao avistar Daniel e Marcus próximos ao bar, caminhou até eles.
— John! Onde você se meteu, afinal? — perguntou Daniel, ajeitando a gravata. — Sumiu na própria festa de casamento?
— Tive alguns assuntos pra resolver.
Marcus, recostou-se no balcão, cruzando os braços, com um sorriso carregado de ironia.
— Você acabou de se casar e deixa sua esposa sozinha na própria festa? — provocou, lançando um olhar na direção de Elizabeth. — Porque, convenhamos, John… você casou com uma das mulheres mais bonitas que já vi… Isso não faz sentido meu amigo.
Daniel assentiu olhando em direção a Elizabeth.
— Ninguém esperava esse casamento…E... como você conseguiu conquistá-la? Ela nunca deu bola pra ninguém.
Daniel foi um dos que tentaram se aproximar e Elizabeth, mas ela foi educada e gentilmente o dispensou
John apenas sorriu de canto.
Logo após o almoço ser servido e os convidados começarem a se dispersar, chegou a hora de John e Elizabeth seguirem para a casa onde começariam a vida de casados.