John e Pamela
Na sala fria de interrogatório, Pamela White Hamilton estava sentada com as mãos algemadas sobre a mesa metálica. O reflexo da luz branca ressaltava a elegância decadente de sua figura: o cabelo loiro ainda impecável, mas os olhos marcados por olheiras e o semblante endurecido pela fúria contida.
A porta se abriu devagar. John entrou, fechando-a atrás de si com calma controlada. Por alguns segundos, apenas a observou em silêncio, deixando que o peso da sua presença dominasse o espaço.
Pamela arqueou as sobrancelhas, forçando um sorriso irônico.
— Veio comemorar sua vitória, John? Imagino que esteja se sentindo um herói.
John respirou fundo, lutando contra a ira que queimava por dentro.
— Vitória? Você chama isso de vitória, Pamela? Elizabeth e Mary traumatizadas, meus filhos apavorados… Lily morta nos braços da minha esposa. — A voz dele falhou por um instante, mas voltou firme. — Não há vitória nenhuma nisso.
Ela inclinou levemente a cabeça, como se fosse apenas mais um