Clara atravessava o corredor do hotel com a mente fervendo. Tinha acabado de sair do quarto de Talita, onde dividiram risos, confidências e umas boas alfinetadas sobre homens que somem e aparecem só pra bagunçar o cabelo — e o coração.
Mas agora, sozinha no próprio quarto, a dúvida bateu. O vestido? A maquiagem? Aquela aura que precisava ser construída com perfeição cirúrgica?
Ela sabia o que queria transmitir: “Sou desejável, inalcançável, e completamente no comando.”
E pra isso, só um nome vinha à cabeça.
— Vic, me atende… — murmurou, já apertando o botão da videochamada.
Do outro lado, ele apareceu com um robe de cetim vermelho, óculos escuros e uma taça de chá fingindo ser champanhe.
— Eu sabia que você ia me ligar de novo. O tom da sua mensagem gritava: ‘Socorro, preciso humilhar sem parecer desesperada.’
— Acertou. Gianluca me espera no café, e eu preciso que ele veja a mulher mais linda que já entrou naquele salão.
— Amor, você já É essa mulher. Mas vamos deixar isso oficial.
E