O céu de Dubai ainda estava numa tonalidade tímida de azul quando Clara Benevides abriu os olhos.
Dessa vez, não correu. Não fez café. Não colocou o top colado nem amarrou o tênis como sempre.
Ela se sentia inquieta — mas não era cansaço físico. Era algo que queimava por dentro, como se tivesse engolido um grito que queria explodir em todas as direções.
Ainda de pijama, foi até o quarto ao lado e bateu. Sem esperar resposta, entrou.
Talita estava largada na cama, nua da cintura pra cima, coberta só por um lençol de algodão egípcio.
— Bom dia, princesa das decisões questionáveis — disse Clara, cruzando os braços.
Talita abriu um olho e gemeu:
— Já tá sol? Já tem boy babando no terraço? Já tem drama pra contar?
— Mais do que você imagina. E você vai levantar agora. Preciso desabafar. E planejar uma possível vingança.
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Trinta minutos depois, as duas estavam sentadas na varanda do quarto de Clara, de frente pro skyline imponente da cidade. Clara com uma taça de suco detox. Talita com caf