O som dos saltos ecoava pelo mármore do corredor como um aviso silencioso: Clara estava pronta. Pronta para incendiar. Pronta para esquecer. Pronta para lembrar, se fosse conveniente.
O vestido branco esvoaçava com a elegância arquitetônica de uma catedral barroca — cada costura moldada pra parecer sacra e indecente ao mesmo tempo. Era a estrutura perfeita: formas que sustentavam milênios… ou orgasmos bem calculados.
Ela descia do elevador com seu celular na mão e uma mensagem piscando de Gianluca:
“Te espero no café. Já pedi espresso italiano. Espero que você seja tão autêntica quanto ele.”
— Poético — murmurou ela, com um sorriso torto. — Arrogante, mas poético.
Mas o destino, esse filho da puta com senso de humor ácido, armou o primeiro embate do dia.
Logo ali, no hall de um dos salões laterais, estava a equipe Vellamo & Co.
Léo. Miguel. Simone. A advogada gostosa. O supervisor.
Todos em trajes sociais impecáveis, prontos pra mais um round de guerra empresarial.
O choque foi instan