Meu Alfa é um babaca. Meu companheiro humano é perfeito. Quem diria que os dois são a mesma pessoa? Na caçada pelo seu companheiro, Serafina tinha o objetivo capturar seu primeiro amor, mas para salvar a vida de um pobre humano prestes a morrer, ela acaba firmando o laço de amor eterno com ele. Anton era um Alfa esnobe e cruel. Se achava invencivel, e esse foi seu erro. Atacado por uma alcateia rival, é amaldiçoado a viver como humano por sete ciclos lunares. Tinha tudo para ser um desastre. Serafina é odiada por manchar a alcateia com esse tipo de união, mas tudo começa a dar certo demais, como se alguém muito poderoso a estivesse mimando. E está mesmo. Não é por sua condição atual que o Alfa deixará que humilhem sua destinada. Ele fará tudo por ela. Menos contar a verdade sobre quem é o humano em sua vida antes de recuperar seu lobo.
Leer másSerafina Gmork
Odeio muito o meu chefe cruel. Odeio meu Alfa.
— Eu tenho um compromisso. Terminou isso? — Minha irmã, e secretária pessoal do cruel Anton Griffin, questiona parando ao lado da minha mesa.
Suspiro. Tem meia hora apenas que ela simplesmente jogou meu projeto sobre a mesa dizendo que o chefe destetou e que eu devia entregar outro ainda hoje. Só pode estar de brincadeira. Eu demorei meses para concluir esse, e olha que eu já tinha a ideia na mente.
— Ele realmente chamou meu projeto de lixo, Arya? — questiono desanimada.
— Você me deve por ter ouvido no seu lugar. Ele berrou como se o projeto tivesse sido feito por mim. — Aponta os desenhos em minha mesa. — É melhor caprichar nisso ai se quiser manter seu emprego.
— Eu não posso criar um projeto de uma hora para outra, se ele quiser me demitir, paciência.
Fecho meu notebook com raiva.
— Credo! Foi você que perguntou. Não mate o mensageiro.
— Desculpa, irmã — peço com um sorriso pequeno. Ela não tem culpa da minha ira. — Me irrita porque sei que meu projeto do novo resort é inovador e muito bom. Os danos a natureza serão mínimos e recuperáveis, assim como ele exigiu.
— Não é a mim que tem que convencer. — Ela sai rebolando com sua saia curta sem nem dizer tchau.
Seria muito cruel achar que ela e o chefe fazem mais que trabalhar no último andar desse prédio exageradamente imponente?
Solto um suspiro e olho o relógio. Eu vou embora. Estou na posição de criação da empresa de construção desse homem-lobo sem coração aos vintes anos, ainda estando nos primeiros anos da faculdade, por ser um prodígio.
— Eu não mereço essa humilhação.
Saio da empresa com meu coturno confortável fazendo um barulho suave no piso brilhando de limpo. Passo pelos funcionários desejando que tenham um bom descanso. É sexta-feira, eu quero chegar em casa e me arrumar para sair com meu Lucian.
O toque do celular indica uma mensagem quando estou destrancando minha bicicleta. Por falar nele...
Abro a mensagem e meu sorriso morre.
“Amorzinho, meus amigos me chamaram para uma cerveja depois do curso. Fica tranquila, logo não terei como escapar de você. 😉”
Ele desmarcou de novo. É o segundo final de semana. Se era para ser assim por que me pediu em namoro?
Nem respondo. Vou direto para o apartamento que divido com minha amiga humana.
Abro a porta e me deparo com ela se pegando com o boy no sofá.
— Olá, casal! — cumprimento passando por eles.
— Oi, Fina! — reviro os olhos para o cumprimento do rapaz loiro. Detesto que me chamem assim. Ele abotoa a camisa e se senta ao lado da minha amiga, que conserta o short de pijama enquanto levanta do sofá.
— É amanhã, amiga! — Nania dá pulinhos e me abraça. — Amanhã você vai caçar seu homem pela floresta e marcá-lo com seu. Minha deusa!
Ela costumava usar “Meu Deus!” antes de descobrir sobre os lobos, sobre mim. Agora tudo é “Minha Deusa!”.
— Sinceramente, espero que sim. Porque já estou cansada de “bolo”.
— Ele desmarcou o encontro de hoje? De novo? Que canalha!
— É, o dia de hoje está sendo bem péssimo.
— Ai, amiga! Vou mandar o Rick embora e vamos fazer uma festa do pijama.
Nego sorrindo.
— Aproveita seu noivo. Eu vou em casa visitar meus pais antes da caçada.
Sua expressão vira uma careta.
— São meus pais, Nania.
Ela revira os olhos, j**a os braços para cima e volta para o sofá, onde abraça o noivo. Gosto disso nele, não se mete em nossas coisas. Ele acha que se trata de algum código quando falamos sobre lobos e alcateias.
Já Nania, se mete eu tudo. Se eu não a amasse como uma irmã já teria mandado se foder.
— Aquelas pessoas não são sua família, sabe disso.
Maldita hora que contei para ela sobre minha relação com a família que me acolheu depois que fui descartada da minha alcateia ainda bebê. Obviamente que não tenho lembranças, não sei porque fizeram isso ou quem são os que me abandonaram ali. Cada alcateia tem uma marca de nascença no pulso. A minha foi destruída por uma queimadura.
Não sei bem qual é o problema comigo, mas deve ser muito grave para alguém chegar ao ponto de ferir um bebê.
Com esses pensamentos, deixo o casal na sala e sigo para o quarto, onde cuido de ficar apresentável para a família Gmork. Eles são bem exigentes.
Engulo a tristeza que vem ao lembrar de todas as vezes que disseram que eu não era digna do sobrenome, que era uma morta de fome se alcateia que eles mantinham por pena. Recebi o sobrenome, mas seguia sendo tratada como uma empregada. Para todos eles exibiam o quanto eram bons em me tratar como filha e dar o sobrenome, mas dentro das paredes daquela mansão era bem diferente.
Quando eu decidi sair de casa e trabalhar, eles ficaram furiosos. Fizeram todo tipo de chantagem emocional e financeira. Foi difícil não ceder. Quando se cresce sendo educada a ser submissa, grata por cada migalha e ameaçada por castigos é difícil se soltar. Só comecei a desatar as amarras quando conheci Nania no primeiro dia da faculdade. Minha amiga sensata a cada dia revive uma parte de minha que estava morta, às vezes no solavanco.
Sorrio com o pensamento.
Olho o vestido cinza em meu corpo. O mesmo que uso em todas as visitas.
Quando passo pela sala, os casal está abraçadinho, vendo um filme.
— Vê se volta inteira. — É tudo que minha amiga diz.
Dou o meu melhor sorriso forçado e saio.
Preciso vê-lo antes da caçada. Eles me criaram, evitaram que eu morresse ainda bebê em uma floresta. Eu sou grata por isso.
— Vamos lá! Alguns insultos não vão me derrubar. — Respiro fundo e entro no carro do motorista de aplicativo. Chegar lá de bicicleta faria minha mãe infartar.
Cumprimento motorista com um sorriso e solto um longo suspiro, encostando a cabeça no banco. Fecho os olhos e me preparo para o encontro.
Anton GriffinSerafina dormiu no lado extremo da cama, tentando fugir de mim. Mas isso não impediu que acordasse grudada no meu corpo, como na primeira vez. Só que, diferente da primeira vez, estamos frente a frente. Passo os dedos devagar pelas mechas dos seus cabelos ondulados tão escuros quanto a noite mais perigosa. Os seus olhos fechados escondem a cor mais bela de todas, o acinzentado que pode me colocar de joelhos quando bem desejar. E essa pele... Passo o dedo bem lentamente em seu ombro para que não acorde. É tão pálida que me faz ficar duro só de pensar nas marcas que deixarei.Então antes perder o controle e ela acordar me achando um tarado, saio da cama e vou para o banheiro. Preciso de um banho frio.Debaixo da água gelada, coloco minha mente para pensar em como resolver a situação com sua amiga. Ontem ela falou sobre a garota. Nania o nome dela. Acabei descobrindo que Nania já viu meu rosto, ou seja, ela pode me reconhecer.Só tem uma forma de resolver isso enquanto mant
Serafina GmorkParece que Nania estava me esperando a noite toda acordada porque encontrei ela de pijama no sofá no decimo episodio da única série que ela repete, 911. Ela ama séries de bombeiros, mas essa é sua favorita.Ela pula do sofá quando abro a porta. Um sorrisão que some assim que me ver.— Que cara de quem não trepou a noite toda é essa. O que aconteceu?— É uma longa história. — Suspiro.— Eita! Pelo menos encontrou o seu par?— Digamos que sim.— E era o Lucian? — Nego com a cabeça. — Não posso dizer que isso me deixa triste. — Ela me puxa até o sofá e me faz sentar. — Agora me conta tudo porque preciso do meu sono de beleza e prometi só dormir quando tivesse atualizações.— Vou resumir porque ele está me esperando lá fora. — Percebo que ela está doida para perguntar, mas apenas espera. Eu conto tudo o mais resumido possível. — É isso. Agora preciso lidar com o fato que marquei um humano e não faço ideia de como isso vai acabar.— Tem algo muito estranho nessa história.—
Anton Griffin— Para de rir, caralho! Respeita seu Alfa! — rosno para ele.— Que Alfa? Estou vendo aqui apenas meu assistente Antônio.— Isso, aproveita bastante da desgraça dos outros. — Levanto da poltrona. — Agora me ajuda aqui. Quero fazer uma mala com roupas mais simples.— Você não está no papel de mendigo? Essas roupas não combinam, por mais simples que sejam ao seu olhar de bilionário.— Tudo que o mendigo tem agora, foi o amigo dele que deu.— Sou um amigão — zoa.— Cala a boa e me ajuda!Ele levanta as mãos em rendição e começa a me ajudar a fazer mala com roupas, calçados e outras coisas básicas. Pela internet escolhemos um studio pequeno a alguns quarteirões da empresa. Passamos quase uma hora combinando tudo.Ao fim, me despedi dele e fui ao encontro da minha mulher. Dei de cara com ela saindo do abrigo. No susto ela se desiquilibrou, mas fui rápido e a segurei.— Estava fugindo, brilho da lua? — falo olhando seus olhos e seus lábios. Posso sentir seu coração disparado. E
Anton GriffinAcordo com um macaco aranha grudadinho no meu corpo.— Que delícia! Melhor jeito de despertar — sussurro e acaricio sua coxa lentamente. Pena que o moletom atrapalha sentir melhor. — Achei que não a encontraria. Todas as doze caçadas antes de finalmente te ter assim... Já estava sem esperanças.Eu participava das caçadas, mas logo ao iniciar sabia que não seria aquele momento. Aquele cheiro que devia despertar meu coração, o aroma delicioso da minha companheira...— Tudo isso, só senti quando você apareceu, meu brilho da lua. Bem devagar, me afasto do seu agarre e saio da cama. Preciso sair, ir até a minha casa e resolver algumas coisas.Deixo um bilhete e saio.Vou com cuidado até a minha casa. Preciso ficar atento a alguma armadilha daqueles dois. O Conselho Global vai ficar sabendo dessa merda.São oito da manhã. A rotina de Oliver é passar em casa pontualmente às oito e meia todos os dias, exceto quando aviso do contrário, mesmo nos domingos. No momento, só confio n
Serafina Gmork— Pare de rir. Estou falando sério.O homem está praticamente gargalhando quando digo que ele poderia ter carreira usando sua beleza de outro mundo.— Desculpe. Me imaginei nesse papel e achei engraçado. Eu, Anto... — Ele arregala os olhos e para de falar. Se levanta, parece nervoso. Observo dar passos pelo lugar, até que para ne minha frente. — Percebi que não nos apresentamos. Seu nome é Serafina, certo?— Sim, Serafina Gmork.— Prazer, Antônio Lombardi. — Ele toca o meu rosto, passando o polegar pelo meu queixo. Deusa, isso é muito excitante. Me esforço para não fechar os olhos e gemes. — Posso te fazer uma pergunta. — Assinto, ainda sob seu toque. — Quando eu a trouxe aqui, parecia que você não tinha para onde ir. Está tudo bem?Sorrio.— Está sim. Eu tenho casa e emprego. É só mais uma das tradições. O companheiro deve prover casa e alimento até a cerimônia de casamento. Todos os casais na mesma cerimônia. — Dessa vez eu é que sento na cama. — Mas não se preocupe,
Anton GriffinElo é sentir seu coração perfurado por adagas invisíveis só por ver lágrimas no rosto de sua amada. Foi o que senti ao ver como ela estava perdida. Foi um esforço tremendo não revelar quem sou. Mas me segurei. E prometi a mim mesmo estrangular qualquer um que a fizer chorar. Se aquele casal de antas descobrirem a minha situação justo quando encontrei a minha Luna pode usá-la, até mesmo feri-la. Isso não posso permitir.Me lembrei do esconderijo que Oliver insistiu em termos para caso de ataques, quando ela estava preocupada para onde me levar. Pedi que me levasse só para ter o prazer de sentir seu pelo macio contra mim, sem contar o bônus de que surgiria nua logo depois. Pena que ela acabou com essa ilusão me fazendo virar.Terei que ter mais cuidado. Meu disfarce quase foi descoberto quando a chamei de minha Luna. Demorou para convencer que não ofereço perigo e a colocar dentro do abrigo.Nesse momento, noto uma mulher completamente deslumbrada, olhando tudo.— Uau! Iss
Último capítulo