Elena Moreau
A festa anual da Moreau International era sempre algo grandioso. Mas, naquele ano, ela tinha um gosto diferente. Pela primeira vez desde que me tornei oficialmente parte daquela família, eu sentia paz. Não havia sussurros venenosos da sogra nos cantos, nem olhares duvidosos do sogro fiscalizando cada gesto meu. Ambos haviam partido — e, apesar da dor que a tragédia trouxe, uma parte de mim sabia que um ciclo havia se encerrado.
Eu usava um vestido esmeralda de seda, com um corte elegante que valorizava meu corpo sem exageros. Leonhart não parava de me lançar olhares orgulhosos do outro lado do salão, mesmo enquanto conversava com acionistas e parceiros da empresa. Diego e Clóvis, como sempre, dançava com leveza, em meio às luzes douradas do salão principal.
Tudo parecia no lugar. Como se, finalmente, o caos tivesse cedido espaço para o recomeço.
— Você está deslumbrante — disse Clóvis, se aproximando com uma taça de champanhe. — Posso dizer isso como cunhado e sem levar u