Amélie Moreau
Acordei no dia seguinte ainda envolta pela sensação do beijo da noite anterior. Meu coração parecia mais leve, o peito aquecido — e pela primeira vez em muito tempo, o sorriso veio sem esforço. O beijo de Noãn havia sido tudo o que eu não sabia que precisava: doce, calmo e cheio de verdade. Era como se cada parte quebrada dentro de mim tivesse sido tocada por algo novo, que não doía, mas curava.
Fiquei por alguns minutos deitada, olhando o teto, tentando entender o que estava acontecendo comigo. O luto ainda vivia em mim, mas agora dividido com uma centelha de esperança. Uma vontade de viver, de sorrir, de recomeçar.
— Bom dia, bobinha apaixonada. — A voz de Aurora veio acompanhada de uma gargalhada suave e debochada. Ela estava encostada na porta do quarto, os braços cruzados, com aquele sorriso que só ela sabia dar.
— Bom dia! — Respondi jogando uma almofada nela, que desviou rindo.
— Olha só, até o bom dia tá mais doce. O amor faz milagre mesmo. — Ela provocou.
— Para