Amélie Moreau
Os dias seguintes foram como um sonho do qual eu não queria acordar.
O sol nascia preguiçoso, iluminando os campos dourados da fazenda, e o cheiro de pão fresco vindo da cozinha de tia Helena se misturava ao perfume de flores silvestres que o vento trazia.
Era o segundo dia de namoro, oficialmente.
E, ainda assim, parecia que Noãn sempre tinha feito parte da minha vida.
Acordei cedo, como de costume, e quando abri a janela do quarto, o campo estava coberto por uma névoa suave. As árvores balançavam levemente, e lá embaixo, perto do estábulo, vi Noãn alimentando os cavalos com o pequeno Carlo no colo — uma cena tão doce que me fez sorrir sem nem perceber.
Desci as escadas em silêncio, tentando não acordar ninguém, mas papai já estava sentado na varanda, tomando seu café.
— Bom dia, minha flor. — ele disse com um sorriso calmo.
— Bom dia, pai. Dormiu bem?
— Dormi, sim. — ele respondeu, olhando para o horizonte. — E você?
— Melhor do que nos últimos tempos. — confessei.
El