Amélie Moreau
Cinco anos.
Cinco anos desde aquele verão em que tudo começou — o beijo tímido, o pedido de namoro desajeitado, as risadas à mesa do café, e o vento no campo que parecia sussurrar o nome dele junto com o meu.
O tempo passou rápido, mas deixou marcas boas. A universidade ficou para trás, as formaturas chegaram, e eu segui meu caminho — agora como professora assistente na mesma faculdade onde estudei. Noãn também realizou o sonho dele: abriu um pequeno estúdio de design, e mesmo nos dias em que a rotina nos engolia, nunca deixamos de nos encontrar à noite, nem que fosse para dividir um copo de vinho e conversar sobre o dia.
Mas agora, voltávamos à fazenda.
Era verão outra vez, e papai insistiu que todos passássemos as férias lá — “como nos velhos tempos”, ele dissera. A ideia de reunir todo mundo de novo me enchia de saudade e de um certo nervosismo que eu não sabia explicar.
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A estrada era a mesma, mas o coração batia diferente.
Do banco do passageiro, eu observava o c