Elena Moreau
Agora eu sou oficialmente a senhora Moreau.
Ainda é estranho escrever isso, pensar nisso. O nome parecia pesar na minha mente como uma armadura nova, rígida, que ainda não se moldara ao meu corpo. Não porque me desagrade Leonhart — muito pelo contrário. Ele foi o único alívio em um dia que mais parecia um espetáculo teatral encenado para agradar um público político faminto, sedento por formalidades, sorrisos ensaiados e alianças calculadas.
Mas o nome... O nome carregava mais do que um novo status. Carregava o peso de promessas que nunca pedi, heranças que não escolhi, expectativas que nunca foram minhas. E, acima de tudo, o fardo das decisões que não me pertenciam. Senti cada sílaba de “Moreau” como uma sombra que se estendia sobre mim, longa, firme, inescapável.
Apesar de tudo, uma sensação estranha e reconfortante começava a se formar. Eu não estava tão sozinha quanto imaginara. Leonhart e eu havíamos selado um pacto silencioso, não apenas diante do altar e das aliança