Isabela Andrade
 Por um segundo, achei que tinha ouvido errado.
 — O quê? — foi tudo o que consegui dizer, quase num sussurro.
 Ele manteve o olhar firme, direto. Não havia hesitação, nem suavidade. A proposta veio como uma sentença:
 — Quero que você se case comigo. Não por afeto. Não por amor. É apenas um acordo.
 Meu coração disparou, mas não de emoção — de choque. A expressão dele era fria, calculada, como quem fecha um contrato.
 — Eu... não entendo — murmurei. — Isso é algum tipo de brincadeira?
 — Não — respondeu com indiferença. — Preciso estar legalmente casado até meu aniversário. É uma exigência no testamento do meu avô para assumir o controle das empresas. Tenho um mês. Não quero ser forçado a me unir com alguém escolhido por interesses familiares. Prefiro resolver isso com alguém que respeite o acordo, sem ilusões.
 Soltei uma risada nervosa, mais por incredulidade do que qualquer outra coisa.
 — E por que eu? Por que não escolheu alguém do seu mundo?
 — É justamente por v