Matheo Montclair
 Louis me ligou pouco antes do meio-dia.
 — Almoço? — foi tudo o que ele disse.
 Não respondi de imediato. Ainda tinha a imagem dela na cabeça — Isabela. Ela não saiu da minha mente desde então. E eu detesto perder o controle.
 Mesmo assim, aceitei o convite. Fingir que era só mais um dia comum parecia melhor do que admitir que algo havia tirado meu sossego.
 O restaurante era um dos nossos antigos favoritos. Mais discreto, elegante, longe das mesas lotadas de empresários tentando parecer importantes.
 Louis já estava à mesa quando cheguei. Sempre com aquele ar de quem acha graça de tudo — inclusive de mim.
 — Pela sua cara, você não dormiu. Estava trabalhando ou teve pesadelos? — disse, erguendo o copo d’água.
 — Você fala demais — rebati, sentando. — E não, não foi um pesadelo. Mas quase.
 Ele me observou por cima do cardápio.
 — Então, fala logo. O que houve?
 Suspirei, apoiando os cotovelos sobre a mesa.
 — Conheci uma mulher ontem à noite. Isabela. Ela entrou no