Cap 8 – Matheo Montclair
Após Isabela se zangar e me expulsar do ateliê, voltei para o carro sem dizer uma palavra.
Oscar me esperava na mesma rua, com o motor ligado. Assim que entrei, fechei a porta com calma e respirei fundo, apoiando a cabeça contra o encosto de couro. O interior silencioso do veículo era um contraste absoluto com o caos que parecia crescer dentro de mim.
— Vamos dar a volta? — perguntou Oscar, com sua habitual discrição.
— Não. Pode manter o carro aqui mesmo por enquanto. Preciso pensar um pouco.
Ele assentiu e desligou o carro. Do ponto onde estávamos, conseguia ver o ateliê de um ângulo privilegiado. A fachada, os vidros amplos... dali, com atenção, era possível enxergar parte do interior do térreo.
O celular vibrou no bolso. Era Louis.
— Onde você está? Foi ver a artista? — foi a primeira coisa que ele disse, com aquele tom debochado de sempre.
— Não é da sua conta. — respondi seco.
— Ah... pelo seu tom de voz levou um pé na bunda, não é verdade?
— Algo assim,