O segundo vídeo começava com um silêncio inquietante. Benjamin estava sentado em uma poltrona azul, diferente da que Evelyn lembrava da casa deles em Portland. Devia ter sido gravado durante um dos tratamentos, talvez em uma clínica ou casa de repouso. Ao fundo, um quadro torto na parede e a luz fraca de uma luminária de chão criavam a sensação de que ele estava flutuando em outro tempo — um tempo mais perto do fim do que do começo.
Evelyn estava sentada no sofá, o notebook equilibrado nas pernas, com Lucas ao seu lado. Nenhum dos dois falava. Era como se o quarto todo respirasse no ritmo do vídeo.
Benjamin passou a mão nos cabelos ralos, claramente mais magro do que no vídeo anterior. Seus olhos, no entanto, ainda tinham aquela centelha — não de esperança, mas de decisão.
— Evelyn, se você está vendo isso… é porque você encontrou o caderno. E se encontrou o caderno, então eu imagino que esteja sentada ao lado do Lucas. — Ele fez uma pausa e sorriu com melancolia. — E isso já me confo