Omar não era um homem que costumava adoecer. Sua alimentação era disciplinada, o sono regrado, a rotina de exercícios levada a sério. Um homem forte. Firme. O tipo de homem que parecia inatingível.
Mas até os inatingíveis caem, às vezes.
E lá estava ele. Sentado em seu sofá, com a testa quente, o corpo mole, e uma dor de cabeça que deixava seus olhos meio semicerrados.
Era por isso que Dafne estava tão preocupada.
Mas não era só preocupação. Era algo que ultrapassava a obrigação de uma assistente.
Ela andava de um lado para o outro, apressada, com os saltos ecoando no piso de madeira. Quase escorregando, quase tropeçando em si mesma. Uma confusão de passos e sentimentos. E, mesmo com a mão enfaixada pela queimadura, ela voltava para ele, determinada.
Na bandeja, uma xícara de chá ainda fumegante — o "milagroso", como sua avó chamava. Ela se aproximou com cuidado, e o entregou a ele com as duas mãos, segurando a xícara como se fosse uma oferenda sagrada.
— Aqui — disse, baixinho. — Vai