Eu estava realmente preocupada. Era a primeira vez que o via doente — e não era um resfriado qualquer. A febre dele estava alta, o rosto pálido, os olhos pesados. Havia algo em sua expressão que me deixava ainda mais inquieta.
Tentei lembrar dos chás que minha avó fazia quando alguém adoecia lá em casa. Eram praticamente milagrosos — e, para nós, quase sempre bastavam. Mas com ele… eu sabia que aquilo não seria o suficiente. Ele precisava de algo mais forte. De um remédio de verdade.
Enquanto a chaleira esquentava no fogão, me pus a vasculhar os armários, meio às cegas.
Derrubei algumas coisas. Como sempre, minha velha amiga desastrosa decidiu aparecer justo agora. Tentei, pelo menos, não quebrar nada de vidro — os copos ali pareciam de cristal. Finíssimos, caros. Provavelmente custavam mais do que meu salário inteiro.
Revirei mais um compartimento e, finalmente, encontrei uma cartela de remédio. Antitérmico. Perfeito. Peguei um copo, enchi com água, e voltei apressada para a sala.
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