Silêncio de sobrevivência

A chuva havia dado trégua, mas o ar ainda carregava aquele cheiro de asfalto molhado que sempre vinha depois das tempestades.

Cecília caminhava com passos curtos, segurando a pequena marmita na bolsa e a chave da nova kitnet entre os dedos.

O bairro era simples, afastado, feito de ruas estreitas e fachadas sem cor. Ainda assim, havia algo de silenciosamente acolhedor ali — ninguém a conhecia, ninguém sabia seu nome.

A kitnet era minúscula, com paredes descascadas e uma janela que mal deixava entrar o sol. Mas era o suficiente. Um canto para dormir, pensar e tentar esquecer.

Ela havia trocado o número do celular, deixado o antigo chip ela jogou fora no caminho. Queria desaparecer, nem que fosse por um tempo.

Naquela manhã, o despertador tocou antes das seis. O primeiro dia de trabalho.

Um emprego temporário, conseguido por meio de uma agência: limpeza em uma transportadora no centro. Pagamento por dia. Era o que dava para ter.

O uniforme simples, as luvas e a vassoura nas mãos pareciam
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