O pai lançou um olhar furioso para Enrico — um olhar carregado de ameaça, como se dissesse silenciosamente que aquilo não terminaria ali. Cecília percebeu o gesto e, sem desviar os olhos dele, disse com firmeza.
— Pode ir para o quarto, Enrico. Eu espero ele terminar de arrumar as coisas.
Enrico franziu o cenho, relutante.
— Tem certeza? — perguntou, a voz baixa, mas tensa.
— Tenho. — respondeu ela, sem tirar os olhos do pai.
Ele hesitou por um instante, claramente desconfiado, mas acabou assentindo e se afastando lentamente, lançando um último olhar de alerta antes de desaparecer pelo corredor.
Assim que ficaram sozinhos, o pai de Cecília começou a abrir as gavetas e tirar seus pertences com movimentos bruscos. Por um tempo, o único som no quarto era o de roupas sendo empilhadas e zíperes sendo fechados. O ar parecia mais denso a cada segundo.
De repente, ele parou. Ficou imóvel por um instante, de costas para ela. Então, virou-se devagar e começou a se aproximar. Cecília instintivam