Nos dias que se seguiram, Enrico manteve uma rotina rígida: levava e buscava Cecília no café, deixou avisado na portaria que a entrada do pai dela estava proibida. Mesmo assim trocou a fechadura da porta de entrada e sempre se certificava de que estivesse trancada.
Ele fazia isso em silêncio, sem exigir nada dela — mas sempre presente. Cecília, no entanto, parecia cada vez mais distante. Passava longos períodos sozinha no quarto, ou então ficava sentada na sala, com o olhar perdido, sem reagir aos sons ao redor.
Enrico tentava conversar, arrancar dela pelo menos algumas palavras, mas a resposta vinha sempre curta, abafada ou em forma de um sorriso sem brilho. Ele sabia que não podia forçar. Mas também sabia que não podia deixá-la se afundar naquele isolamento.
Foi numa noite depois de deixá-la em casa que ele tomou uma decisão prática: pegou o carro e dirigiu até o bar. Ao entrar, foi recebido pelo som de copos tilintando e música baixa. Júlia estava atrás do balcão, distraída limpan