O quarto estava silencioso, iluminado apenas pela luz suave que entrava pelas frestas da janela. O cheiro de café ainda pairava no ar, misturado ao aroma limpo dos lençóis recém-trocados. Cecília estava sentada na beira da cama, penteando o cabelo distraidamente, enquanto Enrico, encostado na parede ao lado do guarda-roupa, revisava algumas anotações em silêncio. O clima entre eles era calmo, quase íntimo, uma breve trégua depois de uma manhã em que haviam tentado agir com naturalidade diante do pai dela.
— Sabe… — disse Cecília, quebrando o silêncio com um sorriso leve —, por mais estranho que pareça, foi bom tomar café todos juntos. Nem parecia que tinha tanta coisa mal resolvida ali.
Enrico levantou os olhos das anotações e sorriu de canto.
— “Parecia” é a palavra certa. — Ele se aproximou, sentando-se ao lado dela na cama. — Seu pai estava mais analisando cada movimento do que aproveitando o café.
— Eu percebi — respondeu ela, rindo de leve, mas logo o sorriso se desfez. — Ainda a