A alvorada seguinte trouxe um silĂȘncio estranho, como se a natureza prendesse a respiração diante do que estava por vir. O pacto estava selado, mas o tempo era um inimigo implacĂĄvel. A fenda que se abria na Terra Profunda aumentava a cada lua, e dela surgiam sussurros â ecos de um tempo antigo e amaldiçoado.
Lysandra acordou antes do sol nascer. Sentia o chamado pulsando sob seus pés, como se a própria terra sussurrasse seu nome. O relicårio, agora purificado, repousava ao lado de seu corpo, ainda envolto em energia quente, viva. Helena, sentada próxima, preparava ervas e marcas rituais.
â VocĂȘ vai mesmo atĂ© a fenda? â perguntou Helena, sem levantar os olhos. â Mesmo sabendo que pode nĂŁo voltar?
â Se eu nĂŁo for, nenhum de nĂłs voltarĂĄ. â Lysandra respondeu com firmeza.
Aric se aproximou. Trazia um manto cinzento sobre os ombros, marcado com o sĂmbolo da uniĂŁo das matilhas. Seus olhos estavam sombrios.
â JĂĄ reuni os seis escolhidos. Um de cada clĂŁ. Eles irĂŁo contigo.
Lysandra assentiu.