Tropecei num maldito tapete e fui direto em cima dela.
O corpo dela cedeu pra trás no sofá. Um som surpreso saiu da garganta dela, e de repente eu tava ali, um joelho entre as pernas dela, a mão afundando no estofado do lado da cabeça dela, o peito quase colado.
O mundo ficou minúsculo. O barulho sumiu. Só tinha o cheiro dela, o calor, o jeito que a boca abriu levemente. Me aproximei sem pensar. Podia sentir a respiração dela na minha.
— Allie… — sussurrei. E foi quase uma prece. Quase um "por favor".
Os olhos dela correram pros meus lábios e voltaram. Tudo dizendo sim. Mas aí…
— TÁ TUDO BEM AÍ EMBAIXO? — a porra do jardineiro berrou do andar de cima.
Quase morri do coração. Me afastei tão rápido que quase rolei pelo chão. Ela se ajeitou, o rosto vermelho. Merda. Que timing.
— É só o jardineiro. Ele dorme aqui às vezes quando meu pai viaja. — Tentei sorrir, mas o coração ainda disparava. — Relaxa, ele é surdo de um ouvido. Só fala alto por costume.
— Quase me matou do coração.
Eu fiqu