Mentiras do Coração

Mentiras do CoraçãoPT

LGBTQ+
Última atualização: 2025-11-04
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Índice

Um acordo desesperado. Oliver Miller será o marido de Sebastian Blackwood, o CEO bilionário mais poderoso e inalcançável da cidade. Mas o noivo não sabe de nada. Frio, implacável, impossível de conquistar. Tudo isso são as características que Oliver conhece do homem por quem está secretamente apaixonado há anos. E o pior: aquele casamento é apenas uma farsa para enganar seus pais conservadores. Será que Sebastian desconfia? Sabe que Oliver inventou aquela mentira absurda, que o beijo foi um ato de puro desespero? Oliver agora caminha em direção a um casamento de conveniência com o coração partido, sabendo que para Sebastian aquilo é apenas um favor temporário, um contrato sem sentimentos. E do outro lado, Sebastian Blackwood assina os papéis mantendo a expressão impassível, mas algo dentro dele começa a mudar. Ele não esperava sentir nada. Mas conforme os dias passam, fingir ser o marido perfeito se torna perigoso demais, e sentimentos reais começam a despertar onde só deveria existir mentira. — Cuidado, Oliver. Contratos podem ser quebrados... mas corações, não.

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Capítulo 1

Capítulo 1

POV OLIVER

Se alguém me dissesse há três meses que eu beijaria meu chefe — sem permissão, na frente dos meus pais, no meio do escritório dele — eu diria que era pura loucura.

Insanidade completa.

Mas às vezes o desespero nos faz fazer coisas absolutamente impensáveis. Coisas que mudam tudo.

Meu nome é Oliver Miller. Tenho vinte e sete anos, cabelos loiros que nunca cooperam, olhos âmbares que minha mãe costumava chamar de "mel derretido" quando ainda gostava de mim, e sou secretário do CEO mais poderoso — e dolorosamente inalcançável — de toda Nova York.

Sebastian Blackwood.

O homem por quem estou perdida, irremediavelmente, pateticamente apaixonado há dois anos inteiros.

Tudo começou com uma mentira inocente.

Ou pelo menos era para ser inocente.

Meus pais, Margaret e Robert Miller, sempre foram... exigentes. Rígidos seria um eufemismo gentil. Tiranos disfarçados de pais amorosos seria mais preciso.

Para eles, sucesso é medido exclusivamente por três coisas sagradas:

status social impecável, dinheiro abundante e, principalmente, um "bom casamento" que impressione os vizinhos e colegas do clube.

Ser gay já era motivo mais do que suficiente para decepcioná-los profundamente — imaginem então descobrir que seu filho "desviado" estava solteiro aos vinte e sete anos, trabalhando como secretário.

Não advogado como o irmão perfeito Christopher.

Não médico.

Não CEO.

Apenas... secretário.

A vergonha da família Miller.

Então, numa ligação particularmente tensa e sufocante no mês passado, quando minha mãe começou seu discurso habitual e ensaiado sobre "encontrar alguém respeitável que nos faça orgulhosos", as palavras simplesmente saíram da minha boca antes que meu cérebro pudesse detê-las:

— Na verdade, eu estou namorando. Com meu chefe.

O silêncio do outro lado da linha foi absolutamente ensurdecedor.

Podia ouvir meu próprio coração martelando contra as costelas.

— Sebastian Blackwood — continuei, cavando minha própria cova cada vez mais funda, enterrando-me vivo. — O CEO da Blackwood Industries.

Pronto.

Estava feito.

Uma mentira gigantesca, monstruosa, que me daria paz e respiração por algumas semanas.

Ou assim eu ingenuamente pensava.

Claro que eles quiseram detalhes intermináveis. Claro que ficaram impressionados pela primeira vez na vida.

E claro que decidiram fazer uma maldita "visita surpresa" para conhecer pessoalmente meu suposto namorado bilionário.

Foi assim que me encontrei numa manhã ensolarada de terça-feira, parado como um idiota no lobby da empresa, vendo meus pais atravessarem o espaço com suas roupas caríssimas e sorrisos forçados que não alcançavam os olhos, enquanto eu entrava em pânico total e absoluto.

Meu coração batia tão forte que tinha certeza de que todos podiam ouvir.

Sebastian estava em seu escritório no último andar, provavelmente revisando contratos com aquela concentração laser que tanto me fascinava, completamente alheio ao furacão destrutivo que estava prestes a devastar sua manhã perfeitamente organizada.

Eu tinha aproximadamente trinta segundos miseráveis para impedir um desastre de proporções épicas.

Corri até o elevador, apertei o botão repetidamente como se isso fizesse diferença, subi os andares numa agonia interminável.

Bati na porta do escritório dele e entrei sem esperar resposta, sem cerimônia.

— Sebastian, eu preciso te contar algo muito import..

— Miller. — Ele nem levantou os olhos dos documentos espalhados na mesa. Sua voz era profissional, distante, perfeitamente controlada. — Se não for urgente, pode esperar. Tenho uma reunião em quinze minutos.

Seus cabelos negros como a noite caíam perfeitamente sobre a testa, os olhos escuros intensamente concentrados no trabalho, a mandíbula definida tensionada pela concentração.

Mesmo estressado, mesmo frio e distante, meu coração disparou violentamente como sempre acontecia perto dele.

Como sempre aconteceria.

— Na verdade, é sobre isso. Meus pais estão..

A porta se abriu violentamente atrás de mim.

— Oliver, querido! — A voz aguda e artificial da minha mãe ecoou pelo escritório como um tiro. — Esperamos que não se importe com a surpresa!

Não. Não. Não.

Sebastian finalmente levantou o olhar lentamente, e eu vi a confusão pura se espalhar por seu rosto absurdamente perfeito como tinta derramada.

Seus olhos escuros se moveram entre mim e meus pais invadindo seu espaço, claramente tentando desesperadamente entender a situação bizarra que se desenrolava.

Meu pai deu um passo confiante à frente, estendendo a mão com aquele sorriso político ensaiado que usava em jantares de negócios.

— Você deve ser Sebastian Blackwood. Sou Robert Miller, pai do Oliver. — Fez uma pausa dramática. — Estamos ansiosos para conhecer o... namorado do nosso filho.

O mundo inteiro parou de girar.

O tempo congelou.

Sebastian me olhou — realmente me olhou pela primeira vez — com uma expressão devastadora que misturava choque, confusão profunda e algo que poderia ser facilmente interpretado como traição.

Como se eu tivesse enfiado uma faca nas suas costas.

Suas sobrancelhas escuras se franziram levemente, a boca perfeita se abriu como se fosse dizer algo — provavelmente "que diabos está acontecendo aqui?" — e toda a minha vida passou diante dos meus olhos.

Eu não podia deixar isso acontecer.

Não podia deixar que ele negasse tudo ali mesmo, na frente deles, e me humilhasse completa e irrevogavelmente na frente dos meus pais.

Não podia suportar ver aquele olhar de decepção nos olhos da minha mãe novamente.

Sem pensar, sem planejar, sem qualquer vestígio mínimo de sanidade ou bom senso, atravessei o escritório em três passos rápidos e desesperados, coloquei as mãos tremendo nos ombros firmes de Sebastian e o beijei.

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