Um acordo desesperado. Oliver Miller será o marido de Sebastian Blackwood, o CEO bilionário mais poderoso e inalcançável da cidade. Mas o noivo não sabe de nada. Frio, implacável, impossível de conquistar. Tudo isso são as características que Oliver conhece do homem por quem está secretamente apaixonado há anos. E o pior: aquele casamento é apenas uma farsa para enganar seus pais conservadores. Será que Sebastian desconfia? Sabe que Oliver inventou aquela mentira absurda, que o beijo foi um ato de puro desespero? Oliver agora caminha em direção a um casamento de conveniência com o coração partido, sabendo que para Sebastian aquilo é apenas um favor temporário, um contrato sem sentimentos. E do outro lado, Sebastian Blackwood assina os papéis mantendo a expressão impassível, mas algo dentro dele começa a mudar. Ele não esperava sentir nada. Mas conforme os dias passam, fingir ser o marido perfeito se torna perigoso demais, e sentimentos reais começam a despertar onde só deveria existir mentira. — Cuidado, Oliver. Contratos podem ser quebrados... mas corações, não.
Leer más1: Uma mentira perigosa
POV OLIVER
Desesperado.
Era a única palavra que descrevia o que eu sentia naquele momento, parado na porta do escritório de Sebastian Blackwood, vendo meus pais atravessarem o lobby da empresa com sorrisos satisfeitos.
Se alguém me dissesse há três meses que eu beijaria meu chefe sem permissão na frente dos meus pais, eu diria que era loucura. Mas às vezes o desespero nos faz fazer coisas impensáveis.
Meu nome é Oliver Miller, tenho vinte e sete anos, e sou secretário do CEO mais poderoso — e inalcançável — de Nova York. Sebastian Blackwood. O homem por quem estou perdidamente apaixonado há dois anos.
Tudo começou com uma mentira inocente.
Meus pais sempre foram exigentes. Rígidos seria um eufemismo. Para eles, sucesso é medido por status social, dinheiro e, principalmente, um "bom casamento". Ser gay já era motivo suficiente para decepcioná-los.
Então, numa ligação particularmente tensa no mês passado, quando minha mãe começou seu discurso habitual sobre "encontrar alguém respeitável", as palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse detê-las:
"Na verdade, eu estou namorando. Com meu chefe." O silêncio do outro lado da linha foi ensurdecedor. "Sebastian Blackwood", continuei, cavando minha própria cova. "O CEO da Blackwood Industries."
Pronto. Estava feito. Uma mentira gigantesca que me daria paz por algumas semanas.
Ou assim eu pensava.
Claro que eles quiseram detalhes. Claro que ficaram impressionados. E claro que decidiram fazer uma "visita surpresa" para conhecer meu suposto namorado.
Foi assim que me encontrei numa manhã de terça-feira, vendo meus pais atravessarem o lobby enquanto eu entrava em pânico total.
Sebastian estava em seu escritório, provavelmente revisando contratos, completamente alheio ao furacão que estava prestes a destruir sua manhã.
Eu tinha aproximadamente trinta segundos para impedir um desastre. Bati na porta e entrei sem esperar resposta.
— Sebastian, eu preciso te contar algo muito import—
— Miller. — Ele nem levantou os olhos dos documentos. — Se não for urgente, pode esperar. Tenho uma reunião em quinze minutos.
Seus cabelos negros caíam perfeitamente sobre a testa, os olhos escuros concentrados no trabalho. Mesmo estressado, meu coração disparou como sempre acontecia perto dele.
— Na verdade, é sobre isso. Meus pais estão
A porta se abriu.
— Oliver, querido! — A voz aguda da minha mãe ecoou pelo escritório.
— Esperamos que não se importe com a surpresa!
Sebastian finalmente levantou o olhar, e eu vi a confusão se espalhar por seu rosto perfeito. Seus olhos se moveram entre mim e meus pais, claramente tentando entender a situação.
Meu pai deu um passo à frente, estendendo a mão com um sorriso político.
— Você deve ser Sebastian Blackwood. Sou Robert Miller, pai do Oliver. Estamos ansiosos para conhecer o... namorado do nosso filho.
O mundo parou.
Sebastian me olhou com uma expressão que misturava choque, confusão e algo que poderia ser interpretado como traição. Suas sobrancelhas se franziram levemente, a boca se abriu como se fosse dizer algo.
Sebastian me olhou com uma expressão que misturava choque, confusão e algo que poderia ser interpretado como traição. Suas sobrancelhas se franziram levemente, a boca se abriu como se fosse dizer algo.
Sem pensar, sem planejar, sem qualquer vestígio de sanidade, atravessei o escritório em três passos rápidos, coloquei as mãos nos ombros de Sebastian e o beijei.
Foi um beijo desesperado. Rápido. Mais um encontro de lábios do que qualquer coisa romântica.
Mas foi o suficiente para que meu mundo inteiro mudasse de cor. Sebastian ficou completamente imóvel por um segundo que pareceu uma eternidade. Seus lábios eram mais macios do que eu imaginava, e por um momento insano, pensei sentir uma leve pressão de volta.
Quando me afastei, nossos rostos ainda estavam próximos. Pude ver cada detalhe dos seus olhos escuros, a surpresa ainda gravada neles, e sussurrei baixo demais para meus pais ouvirem:
— Me perdoa. Por favor, apenas... me ajuda com isso. — Então me virei para meus pais com o sorriso mais falso da minha vida.
— Desculpem a... efusividade. Senti saudades dele. — Minha voz saiu mais aguda do que o normal.
Minha mãe estava boquiaberta, com as bochechas levemente coradas. Meu pai parecia satisfeito, como se finalmente tivesse encontrado algo aprovável na minha vida.
Sebastian ainda não havia dito uma palavra. Podia sentir seu olhar pesando nas minhas costas como fogo.
— Bem — minha mãe finalmente se recompôs —, que... lovely. Sebastian, é um prazer conhecê-lo finalmente.
Foi então que ouvi sua voz pela primeira vez desde o beijo, baixa e controlada, mas com uma tensão que apenas eu parecia notar:
— O prazer é meu, Mrs. Miller.
O resto da visita passou como um borrão.
Sebastian, sendo o profissional consumado que é, representou o papel perfeitamente. Respondeu perguntas vagas sobre nosso "relacionamento", foi charmoso na medida certa, e até mesmo colocou a mão na minha cintura quando meus pais tiraram uma foto.
Mas eu sabia.
Pela rigidez em seus ombros, pela maneira como evitava meu olhar, pela tensão quase tangível no ar — eu sabia que havia cruzado uma linha da qual não poderia voltar.
Depois que meus pais saíram, satisfeitos e orgulhosos, ficamos sozinhos no escritório em um silêncio ensurdecedor. Sebastian se aproximou da janela, as mãos nos bolsos, e ficou de costas para mim por longos minutos.
Quando finalmente se virou, sua expressão era indecifrável.
— Precisamos conversar — disse ele, a voz baixa e perigosamente calma. — Agora.
E foi assim que minha mentira inocente se transformou no momento que mudaria nossas vidas para sempre.
Senti algo escuro se revirar no meu estômago.— Oliver — interrompi —, pode nos dar alguns minutos?— Claro.Ele se afastou rapidamente, claramente desconfortável, e saiu do escritório.Assim que a porta se fechou, me virei para Harrison.— Vamos direto ao ponto. O que você quer?Ele sorriu, mas agora havia algo predatório nessa expressão.— Direto como sempre. Admiro isso em você, Sebastian. O que eu quero é simples — quero ter certeza de que nossa... parceria comercial permanece forte, independente de quaisquer... mudanças na sua vida pessoal.— Nossa parceria sempre foi baseada em resultados profissionais — respondi friamente. — Nada mudou nesse aspecto.— Claro, claro. Mas você entende minha posição. Alguns dos meus colegas no conselho estão... preocupados. Um casamento tão repentino, especialmente com um funcionário... pode levantar questões.— Que tipo de questões?— Bem, você sabe como são os homens de negócios. Eles se perguntam se suas decisões pessoais podem afetar seu julga
6: Perspectiva diferentePOV SEBASTIANAcordei com dor de cabeça.Não era comum para mim — geralmente durmo bem, acordo descansado, mantenho minha rotina.Controle é algo que sempre valorizei.Mas desde que Oliver Miller entrou na minha vida de forma... permanente, o controle parecia estar constantemente escorregando dos meus dedos.Eram 5h45 quando saí do quarto. Quinze minutos atrasado da minha rotina habitual.Oliver já estava na cozinha.Isso também não era normal.Ele estava de costas para mim, preparando café, vestindo uma camiseta simples e calças de moletom.Seus cabelos loiro-platinados estavam bagunçados de sono, e por um momento, pareceu... jovem. Vulnerável.Afastei o pensamento imediatamente.— Bom dia — disse eu, mantendo o tom neutro.Ele se virou, e notei imediatamente as olheiras escuras sob seus olhos âmbares.Ele havia dormido mal também.— Bom dia — respondeu ele, sua voz mais baixa que o normal. — Seu café está pronto.Ele colocou uma xícara na bancada e se afasto
Quando finalmente conseguimos escapar, o silêncio no carro era ensurdecedor.Sebastian dirigia com os nós dos dedos brancos no volante, olhando fixamente para a estrada.Eu ficava me mexendo no banco do passageiro, tentando descobrir como quebrar a tensão.— Sebastian... — tentei.— Em casa — ele disse secamente. — Conversamos em casa.O apartamento nunca havia parecido tão silencioso.Sebastian foi direto para a sala de estar e se serviu de um whisky, algo que eu nunca o havia visto fazer antes.— Sente-se — disse ele, ainda de costas para mim.Obedeci, sentando-me na beirada do sofá.Quando Sebastian se virou para me encarar, seus olhos estavam mais frios do que eu já havia visto.— Precisamos estabelecer algumas regras — começou ele, sua voz baixa mas firme.— Sebastian, se é sobre hoje...— É sobre muito mais que hoje, Oliver.Ele se aproximou, parando de pé na minha frente.— É sobre as últimas três semanas. É sobre você não parecer entender os limites desta... situação.Senti m
Assenti, tentando parecer mais confiante do que me sentia.O garçom veio anotar nosso pedido, e Sebastian escolheu por nós dois — algo que eu deveria ter achado presunçoso, mas que na verdade me aliviou.Uma decisão a menos para eu estragar.Durante a espera pela comida, tentei relaxar.Este era Sebastian, afinal. Meu chefe, sim, mas também... meu marido, pelo menos no papel.Talvez eu devesse agir mais naturalmente.Quando ele estava contando algo sobre um novo contrato, estendi a mão e toquei a dele sobre a mesa.Era um gesto simples, casais fazem isso o tempo todo.Sebastian parou de falar imediatamente.Seus olhos desceram para nossas mãos e depois voltaram para meu rosto.Havia algo em sua expressão que eu não consegui decifrar — surpresa, talvez. Ou desconforto.Retirei a mão rapidamente, sentindo meu rosto esquentar.Retirei a mão rapidamente, sentindo meu rosto esquentar.— Não — ele disse baixo, mas havia uma tensão em sua voz. — Está tudo bem. É... natural.Mas não parecia n
5: Limites invisíveisPOV OLIVERTrês semanas de casamento falso haviam me ensinado que Sebastian Blackwood era um homem de rotinas.Todas as manhãs, ele acordava às 5h30.Café preto, sem açúcar. Jornal financeiro no tablet. Terno impecavelmente passado.Saímos de casa às 7h15 em ponto, e ele me deixava no meu andar antes de subir para o escritório executivo.Três semanas, e eu ainda me sentia como um intruso na vida dele.Naquela quinta-feira, porém, algo mudou.— Oliver — Sebastian apareceu na minha mesa por volta do meio-dia, com as mãos nos bolsos do paletó cinza. — Vamos almoçar.Não era uma pergunta. Era uma declaração, dita em tom baixo o suficiente para que apenas eu ouvisse.Mas não baixo o suficiente para que Sarah, da recepção, e mais duas secretárias não percebessem.— Claro — respondi, tentando soar profissional. — Onde o senhor gostaria que eu fizesse a reserva?— Já está feito. Le Bernardin.Le Bernardin.O restaurante mais caro de Manhattan. Lugar onde Sebastian almoça
Quando chegamos ao nosso andar — o último, onde ficavam os escritórios executivos — as coisas pioraram.Sarah, a recepcionista, me cumprimentou com um sorriso que não chegou aos olhos:— Bom dia, Sr. Miller. Ou devo dizer... Sr. Blackwood agora? Senti meu rosto esquentar.— Miller está ótimo.Sebastian passou direto por nós rumo ao seu escritório, como fazia todas as manhãs.Nenhum reconhecimento especial, nenhum olhar carinhoso. Profissionalismo total.Sentei-me na minha mesa, tentando focar nas tarefas do dia. Mas era impossível ignorar os sussurros que vinham de outras mesas."...casou com o chefe...""...sempre soube que ele era interesseiro...""...obviamente está atrás do dinheiro...""...que coincidência, né? O secretário se casando com o CEO..."Minha respiração começou a ficar mais curta, o peito apertado.As mãos tremiam levemente enquanto eu tentava digitar um e-mail.Interesseiro. Oportunista. Gold digger.Era isso que eles pensavam de mim.O telefone tocou, me fazendo pul
Último capítulo