Desci da mureta num salto. O sangue ainda pulsava alto nas veias, e meu corpo tremia com a tensão que ainda não havia dissipado. Estendi as mãos para Allie, ajudando-a a descer com o máximo de delicadeza que consegui reunir. Segurei sua cintura com firmeza, como se só aquele toque fosse capaz de me manter de pé. E então, num impulso instintivo, passei o braço ao redor dos ombros dela, puxando-a pra perto, como quem diz: toca nela, e eu destruo você.
Jennifer parou a poucos passos. Mesmo com o rosto inchado, o olhar dela carregava aquele ódio conhecido. O tipo de raiva que não vinha da dor, mas do orgulho ferido.
— TIRA AGORA SUAS MÃOS DA MINHA NAMORADA, SUA VADIA! — ela berrou, e antes que eu pudesse reagir, já partia pra cima.
Desviei com facilidade. O corpo dela passou reto e se chocou contra a parede com um baque seco. Mas ela era insistente. Se levantou cambaleando, pronta pra mais uma tentativa.
— Para de fugir, imbecil! Me enfrenta como mulher!
Meu peito subia e descia com força