Tudo o que Alex queria era respirar e ter um pouco de paz. A traição da noiva foi o estopim para que desejasse mudar para o outro lado do mundo, mas ele era consciente que estava apenas fugindo de si mesmo. Ignorando seus problemas, Alex começa a viver uma vida nova, mas logo nos seus primeiros dias naquele novo país, ele esbarra em um rapaz que despertaria um amor profundo e delicado. Yuki não tem grandes ambições, ele deseja ter uma vida simples e tranquila. As coisas nem sempre foram boas e a decepção veio de quem deveria lhe apoiar e amar, mesmo assim, ele não se tornou amargo, ao contrário, suas boas ações mostravam sua doçura e comprometimento. Ele não esperava encontrar um homem que o conquistasse com simples sorrisos. Dois destinos entrelaçados. Um homem que não conseguia se encontrar e que viu um porto seguro naquele rapaz que se doava sem esperar nada em troca. No entanto, nada se sustenta em cima mentiras, não se foge da verdadeira realidade. Romance gay +18
Leer másAlex
O reflexo no espelho mostrava o quanto eu estava cansado. As olheiras profundas eram o resultado de noites mal dormidas, já faz uma semana que estou aqui e ainda não me acostumei. Infelizmente, essa não é a única razão para a minha falta de sono. Joguei água no rosto mais uma vez e me olhei novamente no espelho. Estava cedo, acordei antes do despertador tocar. Saí do banheiro secando o rosto e olhei minha roupa separada em cima da poltrona, mesmo aqui, ainda precisava usar um terno escuro. Suspirei ao tirar o robe do hotel. Escolhi o Japão especialmente por sua distância, mas também por ser bem diferente da minha realidade. Digamos que essas “férias” sem data de término teve uma boa razão, ou talvez seja apenas um capricho. Não importa, estava decidido e não iria voltar atrás. A maioria julga essa minha decisão como apenas um delírio, afinal, muitos venderiam suas almas em troca de uma fortuna do tamanho da minha. Aos olhos dos outros, não me falta nada e é inconcebível ficar insatisfeito com algumas situações fodidas da vida. Dinheiro não é tudo, mas reconheço que facilita bem as coisas. Não sou hipócrita. A questão é que esse dinheiro não impediu minha noiva de me colocar um chifre bem grande, também não me deu amizades verdadeiras e nem relações afetuosas, tudo que as pessoas veem são dois cifrões no lugar dos meus belos olhos azuis. Eles esperam de mim algo que me cansei de dar. O que vim buscar no Japão foi uma calmaria que não tenho em Nova York, quero viver por um tempo da maneira mais comum possível que, segundo minha mãe, é impossível para um herdeiro da família Langley. Ela ainda fala incontáveis minutos sobre eu estar sendo imaturo e que não consigo lidar com problemas. É uma ladainha sem fim que só me deixa pior. Nem mesmo meu terapeuta é útil para me ajudar com isso. Meu pai não é muito diferente, ele respeitou minha decisão, mas deixou claro que sua paciência tem um limite. Sou cobrado e pressionado a todo momento. Pensando nessa problemática, parece que meus trinta e dois anos não valem nada. Minha mãe ainda se mete na minha vida e a controla. Meu pai, bem, ele gosta de dizer: “faça o que quiser”, mas espera que eu cumpra meu papel como herdeiro. Talvez eu seja apenas fraco demais para lidar com toda essa pressão, afinal, eu não nasci ontem, não sou um jovem descobrindo os rumos da vida e, aparentemente, estou reclamando de barriga cheia. Que patético eu me tornei. Olhei-me no espelho mais uma vez e ajustei a gravata, ela sempre ficava um pouco torta, era algo mínimo, mas me causava certa frustração por não ser tão bom nisso como nos negócios, mesmo depois de anos usando-a como se fosse um uniforme sufocante. Era uma boa aparência. Um homem alto, loiro com um corte de cabelo curto e bem feito, corpo forte, resultado de descontar minhas frustrações na academia e um rosto de príncipe. A imagem que causa inveja e desejo. Uma boa imagem. Que não acho importante para nada. Conferi as horas no relógio de pulso. Hoje ainda iria de táxi e compraria um café perto do meu novo local de trabalho. De qualquer forma, eu não costumava comer pela manhã, mas gostava de uma bebida quente, um hábito que sempre tive. Busquei a maleta corporativa e desejei substituí-la por uma bolsa menos formal, eu poderia, se quisesse, não existia um código de vestimenta muito rigoroso nessa minha nova função. Coloquei o cartão do quarto no bolso e a porta trancou automaticamente quando saí, o elevador era próximo e não demorou para que eu já estivesse dentro dele. A agência de publicidade era um dos investimentos da minha família aqui no Japão. Uma sociedade que deu certo e fazia parte dos negócios individuais da minha mãe, ela costumava investir em empresas menores em outros países. Foi uma sugestão que aceitei desde que me mantivesse no anonimato, para a maioria, eu era apenas um gerente estrangeiro. Não sei por quanto tempo isso vai durar, mas será bom mudar de ares até eu colocar minha cabeça no lugar. Eu só preciso respirar um pouco. Saí do elevador com o celular na mão, felizmente, tinha um táxi disponível na frente do hotel e logo estava no trânsito típico do horário. Precisava alugar um apartamento, mas ainda não tinha decidido como queria, pensei em algo mais tradicional daqui do que algo moderno. Eu deveria entrar em contato com uma imobiliária o mais breve possível. O táxi me deixou próximo a galeria onde fica a agência e entrei na cafeteria que já tinha frequentado antes, eu queria apenas um café simples e quente. A calçada estava movimentada e me lembrou um pouco de Nova York. Saí do lugar levando um copo térmico na mão, a pasta debaixo do braço e na outra mão, outros quatro cafés encaixados na caixinha de papel. Estava um pouco atrapalhado, mas o caminho até a agência era curto. Só que não esperava esbarrar em alguém. A tampa do copo abriu e derramou café em mim e na outra pessoa. — Me desculpe! Eu estava com pressa e não olhei, me desculpe. — Um rapaz se desculpava com corpo curvado para frente, ele parecia muito aflito pelo ocorrido. — Eu pago outro café, por favor, aceite minhas desculpas. — Tudo bem. — Felizmente, eu entendia bem e falava o necessário desse idioma para poder responder. — A culpa foi minha que não prestei atenção. Sou eu quem deve pedir desculpas. O jovem ajeitou a postura e pude ver seus olhos um pouco escondidos pela franja de cabelos levemente ondulados. Ele estava bastante constrangido, então, sorri mostrando que estava tudo bem, mas ele ficou mais envergonhado e, rapidamente, recolheu a mochila que tinha caído no chão. Foi quando vi o estado da sua mão, o café derramou na sua pele deixando o local vermelho. — Olhe sua mão! Sem pensar, coloquei a caixinha que ainda segurava, no chão junto a maleta e puxei a sua mão. Depois, a envolvi com um lenço que eu levava no bolso, mas quando olhei novamente para ele, me dei conta do que tinha feito. Os japoneses não costumam ter contato físico na rua. Acho que fiz bobagem.Alex— Como… — Ele não conseguia esconder sua surpresa.— Eu passei muito tempo pensando em como fazer. Queria que tudo fosse perfeito e que estivesse à sua altura, mas não queria nada extravagante, afinal, nós não somos assim. Quando Kaito disse que ia casar, vi uma oportunidade e não desperdicei. Eu quero passar o resto dos meus dias com você, quero dividir minha vida com você, lhe dar meu sobrenome e tudo que estiver ao meu alcance.Yuki não conseguia conter a emoção, as lágrimas brotavam em seus olhos e escorriam pelo seu rosto.— Eu amo você e sou eternamente grato ao destino que nos fez esbarrar na rua. Você engrandece a minha vida, me dá uma razão para voltar para casa todos os dias. É aquele que guarda meu coração. Aceita se casar comigo? — Abri a caixinha expondo as duas alianças.Yuki fungou e limpou as lágrimas, o que foi inútil pois continuaram a escorrer. — Diga logo que aceita, meus joelhos já estão doendo! — Brinquei.Yuki ajoelhou-se na minha frente e me beijou. O bei
Yuki— Sua mão está fria.Alex segurou brevemente em minha mão, estávamos na balsa que fazia a travessia até o lugar onde aconteceria o casamento, era uma pequena cidade em uma das muitas ilhas do Japão.— Estou nervoso — respondi sem tirar os olhos do mar — Imagino que esteja preocupado pelo fato do seu pai estar lá.— Um pouco, não quero causar nenhuma situação chata. É um dia especial para Kaito.— Você não vai causar. O podre dessa história é o seu pai.— Eu sei, mas…— Tire isso da sua cabeça. Hoje será um dia inesquecível.Franzi o cenho ao notar seu sorriso.— Você está muito animado com o casamento do meu irmão.— Claro! Ele faz parte da família e está começando uma vida nova. Quer coisa melhor que essa? — Hm.— E estou feliz por estarmos aqui. O Japão me deixa nostálgico. Tenho boas lembranças apesar de tudo.— Também tenho, afinal nasci e cresci aqui. Não pensei que um dia iria morar tão longe, mas estou feliz em voltar, ainda mais para esse casamento. Não imaginei que Kai
YukiQuando entrei no banheiro, Alex estava de olhos fechados, dentro da banheira, ele estava realmente cansado, há dias que trabalhava até tarde para poder viajar mais tranquilo.Desatei o laço do robe e o tirei, quando virei ele estava de olhos abertos, observando meu corpo.— Você ficou mais bonito depois que começou a malhar, não me canso de olhar.— Nem tanto — respondi um pouco envergonhado. Às vezes ainda sentia isso na sua presença. — E não malho tanto assim, não quero ficar muito musculoso.Entrei na banheira e fiquei na sua frente. — Está perfeito assim, não precisa ficar mais musculoso. — Não sei como me deixei levar por você, só minhas corridas estavam ótimas.— Eu sei que é bom correr, de vez em quando vou com você, mas uma coisa auxilia a outra.— Claro, sempre argumentando.— Você é teimoso, então preciso argumentar. Agora… você não acha que está muito longe? Achei que iria sentar aqui no meu colo, para ficarmos igual a um casal apaixonado.— Se eu sentar aí, você vai
Alex— Eu quero.— Então pede com jeitinho, amor. — Chupei seu peito e ele gemeu.— Eu não vou pedir.— Então não vou fazer nada, amor, infelizmente. — mordi seu peito de leve lhe tirando um gemido alto e sentei na cadeira.Yuki me olhou incrédulo e eu retribuí com um meio sorriso.— Sabe o que eu acho? — perguntou.— O quê?— Que você está muito mal acostumado — Meu sorriso morreu quando ele começou a se masturbar. — Gosta de ter tudo sob seu controle, não é? Mas eu não cedo tão fácil quando não quero, e quem vai "pedir com jeitinho" é você, amor.Yuki se abriu mais, ficando deliciosamente exposto para mim, sem parar de se masturbar. Eu estava arrependido pela provocação, no fim, ele tinha razão; entretanto, eu ia resistir o quanto pudesse. Então sorri, observando seu atrevimento enquanto se masturbava sentado na minha mesa de jantar.***Um ano e meio depois…YukiEstava ansioso, como há muito tempo não estive. Meu nervosismo não era porque ia entrar em um avião e sim por voltar ao
Alex— O que aconteceu?— Nada, ela só quer a nossa presença em um almoço.— E o que tem isso? Podemos ir, sem problemas.— O que tem, é que não quero ir. Até porque, ela só quer nos encher de perguntas. Se ela ligar pra você, não atenda, pois ela sabe que está aqui comigo.— Você já contou?— Sim e não. Ela meio que descobriu e eu não neguei.— Hm. Como ela descobriu?— Ela viu nossas fotos de ontem. — O quê?— Bem, nós saímos de mãos dadas, é natural que sejamos notícia. — Não acredito, eu quero ver! — Yuki levantou, mas segurei seu braço.— Deixe isso pra depois, vamos tomar café agora.— Você não se importa? — Voltou a sentar.— Eu? Não. Não estou cometendo nenhum crime, sempre deixei claro para você que não iria ter uma relação às escondidas.— Mas isso pode influenciar negativamente no seu ambiente de trabalho.— E daí? Yuki, minha vida privada só desrespeito a mim. Nós devemos andar de cabeça erguida, sempre.— Eu sei, mas…— Não pense muito sobre isso, estaremos juntos para
AlexYuki era um homem espetacular, não só pela forma como estava na minha cama agora, mas por várias razões. Eu era muito sortudo em tê-lo.Nossa noite foi incrível. Intensa. Eu não conseguia parar de lembrar, as sensações pareciam permanecer em meu corpo. Ainda tinha pétalas de rosas na cama, as roupas continuavam jogadas pelo chão e meu sorriso era insistente.Peguei uma rosa que estava em cima do pequeno móvel ao lado da cama e cheirei, ela ainda não havia murchado, estava perfeita. O quarto não estava escuro, as cortinas eram claras, serviam apenas para quebrar um pouco da claridade, eu nunca fiz questão de deixar o quarto escuro, não me incomodava.O edredom o cobria parcialmente, da cintura para cima estava descoberto, no peito e pescoço havia algumas marcas que não pude deixar de fazer, sua pele branquinha era sensível, qualquer coisa já ficava marcado. Admito que deixar marcas no corpo de alguém não era certo, mas para mim, significava intimidade.Comecei o trajeto com a ros
Último capítulo