O sol do deserto saudita ardia como uma lâmina sobre as cúpulas de mármore branco do palácio Al Hassan. O silêncio majestoso das salas ecoava a disciplina daquelas terras, até que, de repente, um rugido profundo cortou o ar como um trovão.
— Inadmissível! — a voz de Khaled vibrou contra as paredes de pedra esculpida.
Com a fúria em brasa, o Sheik ergueu o braço e, num só movimento, arremessou a mesa maciça de seu escritório contra a parede. O impacto fez os vasos de cristal se despedaçarem em mil cacos cintilantes no chão. A madeira pesada rangeu antes de se partir em estalos, como se até ela fosse incapaz de resistir à força daquele homem.
Nadir, o fiel assessor, manteve-se firme, ainda que a tensão o obrigasse a inspirar fundo para controlar o próprio coração. Em suas mãos, os relatórios e comprovantes bancários atestavam a verdade crua e humilhante: Eduardo Vila Real não havia pago um centavo do último carregamento de fragrâncias raras exportadas para o Brasil.
Nenhum depósito. Nen