O silêncio pairava pesado sobre o quarto do palácio, como se até o vento tivesse receio de invadir aquele espaço depois da decisão de Khaled. O celular não estava mais nas mãos de Samara, e ainda que ele tivesse prometido manter contato com o pai dela, o coração da jovem pulsava com uma ferida aberta. Havia dor em seus olhos, dor que nem o ouro, nem os véus, nem o prazer podiam aplacar.
Khaled, acostumado a ver mulheres se dobrarem com orgulho à sua autoridade, sentiu algo diferente diante de Samara. Nos olhos dela havia lágrimas que não se escondiam, uma vulnerabilidade que não se disfarçava e que, paradoxalmente, tornava-a ainda mais bela. Seu peito largo subia e descia, como se um peso invisível o fizesse refletir. Ele não se arrependia da decisão, porque regras eram regras, mas também não suportava vê-la despedaçada.
Sem dizer nada, tomou-lhe a mão com firmeza e a ergueu do leito.
— Venha comigo. — Sua voz soou grave, mas doce, como se fosse uma melodia ordenando, e não apenas ped