O escritório da Perfumaria Vila Real estava mergulhado em um silêncio perfumado. As paredes exibiam prateleiras com frascos de cristal, cada um guardando em seu interior a essência rara das terras mais distantes. Samara Vila Real estava sentada à mesa, analisando amostras que haviam chegado recentemente do Oriente Médio. Entre elas, repousava um frasco de vidro âmbar, fechado com uma tampa dourada, ornamentada em arabescos delicados.
Ela destampou o vidro lentamente, como se desvendasse um segredo. Assim que a fragrância escapou, o ar do escritório foi tomado por notas quentes e misteriosas: oud, âmbar e pétalas ressecadas pelo sol do deserto. O cheiro era intenso, avassalador, como se trouxesse consigo a alma de um lugar distante.
Samara fechou os olhos. Inspirou profundamente. E, como se aquela fragrância fosse um feitiço, uma lembrança irrompeu em sua mente: o Sheik Khaled.
Seu coração vacilou.
Ela o via como se estivesse diante dela. Aquele homem monumental, de ombros largos, a po