Abri a porta do camarim devagar, esperando a habitual confusão de roupas e makes. Em vez disso, o ar me pareceu pesado, como se alguém tivesse prendido a respiração ali dentro antes de eu chegar.
Minha mão tremia quando liguei a luz.Ela estava na penteadeira, impossível de ignorar: uma rosa negra, pétalas de um veludo sem vida, perfeitamente intacta. Ao lado, um bilhete riscado com letras firmes e tortas:“Para a minha estrela. Só eu posso te ver brilhar.”A rosa parecia sugar a luz do ambiente. Senti o mundo escurecer por um segundo — a visão tremeu e um gosto metálico me subiu à boca. Dei um passo para trás e quase bati no espelho. O camarim girou ao redor dos meus pensamentos como um carrossel desgovernado.— Deus do céu… — sussurrei, e o próprio som da minha voz me estragou um pouco mais.Antes que pudesse me organizar, a porta se abriu com força. Ele entrou como sempre: sem pedir licença e com uma presença que parecia compa